quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Farmacologia - Princípios gerais


A molécula do fármaco interage com um agonista (ativador) ou antagonista (inibidor) com uma molécula específica do sistema biológico, que desempenha um papel regulador.
Podem ser: Sólidos à temperatura ambiente (ex.: ASS, atropina), líquidos (ex.: nicotina, etanol), gasosos (ex.: óxido nitroso)
Determinam a melhor via de administração.

Estimulantes ou depressores aumentam ou diminuem as funções orgânicas;
Irritativas ou atotóxicas: alteram ou destroem células
Antimicrobianos: inibem o crescimento de microrganismos ou matam suas células;
Substitutivas ou supressivas

Conceitos 


Fármaco => substância com propriedades ativas - efeito terapêutico => altera a função biológica por meio de suas ações químicas.

Droga => interage com o organismo produzindo algum efeito

Medicamento => utilizada para fins terapêuticos ou de diagnóstico

O efeito do fármaco é proporcional à dose administrada, definida como a quantidade necessária à produção de uma dada resposta num tempo determinado. Considerada apropriada quando gera adequada concentração no sítio de ação, expressa pelo efeito esperado. Curva-efeito-dose.
  • Efetor: segmento do organismo onde se verificam os efeitos.
  • Eficácia: quantificação do efeito benéfico de um fármaco, quando dado em condições ideais. Decisivo para a seleção de um fármaco como agente terapêutico. 
  • Efetividade: sua segurança e pela existência de esquema de administração operacional, espelha os resultados reais do uso clínico de fármaco.

Reações adversas

Ação farmacológica principal do fármaco: Aumento da dose ou interação entre fármacos. São aumentadas ou previsíveis. Ex.: hemorragias por anticoagulantes. 

Não-relacionadas com a ação farmacológica principal do fármaco: Quando aparecem em consequência de dose excessiva, mas com efeitos não relacionadas ao modo de ação. Ex.: Hepatotoxicidade ocasionada por analgésicos. Ou imprevisíveis, que podem ocorrer mesmo em doses terapêuticas. Ex.: Anemia aplática com o uso de antibacterianos. 

Farmacodinâmica 

  • Inter-relação da concentração de uma droga e a estrutura alvo, bem como o respectivo mecanismo de ação. 
  • Determinam o grupo em que o fármaco é classificado e desempenham o papel principal na escolha de determinado grupo, como a terapia apropriada para um sintoma ou doença em particular. 
  • Ações do fármaco no corpo
  • Efeitos bioquímicos e fisiológicos das drogas e seus mecanismos de ação.

Fármacos estruturalmente inespecíficos: 
Interação com pequenas moléculas ou íons encontrados no organismos. As ações dessas drogas dependem de suas propriedades físico-químicas, tais como solubilidade, o pKa, o poder oxido-redutor e a capacidade de adsorção.
=> aliviam os sintomas. Ex,: Antiácidos, diuréticos, anestésicos, etc.
Alta atividade termodinâmica, só atuam em altas concentrações.
Não entram em contato com os receptores.

Fármacos estruturalmente específicos: 
Interação com sítios bem específicos, alto grau de seletividade.
As drogas apresentam uma relação definida entre sua estrutura e a atividade exercida.
Combatem diretamente a causa.
Promovem efeito através de sua ligação a um receptor.
Químico: estrutura química da droga em relação ao receptor.
Biológica: especificidade por um certo tecido. Exerce sua função em um certo tecido, porém não exerce em outro.

Receptores: 

Macromolécula (ou parte dela) que tem a capacidade de reconhecer sua substância química e produzir um efeito biológico. Altamente especializadas, possuem afinidade de interar-se com substâncias endógenas com função fisiológica ou com substâncias exógenas, que tenham características químicas e estruturais comparáveis às substâncias que ocorrem naturalmente no organismo.


  • Agonistas: ligam-se ao receptor e o ativam de alguma maneira que provoca o efeito direta ou indiretamente. Causam alterações na função celular. 
  • O fármaco é capaz de alterar o número e função do receptor, condicionando funções orgânicas. Não cria efeitos, nodula funções físio intrínsecas. Ligantes interagem => receptor. 
  1. Ligados aos canais iônicos: Inotrópicos, principalmente os neurotransmissores rápidos. Constituídos por macromoléculas contendo várias subunidades, como se distribuem, formam um canal central. 
  2. Acoplados a proteínas G: metabrotópicos. Desencadeiam um processo de transdução e amplificação. Resulta em ativação da cascata de sistemas enzimáticos. 
  3. Como enzimas: proteínas quinase ligadas a membrana, atuam fosforilando proteínas-alvo. Podem fazer um acoplamento direto ou indireto. Ex.: receptor de insulina, receptor de fator de crescimento. 
  4. Citosólicos: Regulam a transcrição de genes. Capazes de se ligar ao DNA e regular a sua transição; 
-Supersensibilização: intensificação da resposta de fármacos que diretamente os estimulam. Aumentam seu número ou sensibilidade.
-Dessensibilização: o receptor pode ser inativado, internalizando ter sua síntese reduzida ou ser destruído. Diminui o efeito do fármaco.

Ligação fármaco-receptor

Ligação covalente: ligação forte e estável podendo ser irreversível,  
Outras ligações não são permanentes, decorre no intervalo e na regularidade das doses: 
Ligações iônicas;
Ligações de H ou pontes de H;
Ligações dipolo-dipolo
Ligações de Van der Walls - ligações eletrostáticas: + comum nas interações entre fármacos e receptores. 

  • Uma molécula de fármaco combina-se reversivelmente com um único receptor.
  • Todos os receptores são idênticos e acessíveis ao fármaco;
  • Pequena fração do fármaco participa da formação de complexos. 
  • Há determinado local da proteína em que ocorre acoplamento do fármaco ao receptor (domínio de ligação), tendo como consequência o desencadeamento de processos que modificarão, quantitativamente, o funcionamento celular (domínio efetor). 
  • A resposta biológica é proporcional ao grau de ocupação. 
Especificidade química: o receptor só aceita fármacos de estrutura muito similar.
Reversibilidade: motivada por ser o acoplamento fruto de forças atrativas, em geral transitórias. 

Consequência da ligação fármaco-receptor

Ligação do fármaco ao elemento orgânico macromolecular - receptor (proteínas, enzimas, ácidos nucleicos)
Afinidade (capacidade de ligação) => algum componente macromolecular específico da célula e sua atividade (gera resposta farmacológica após acoplamento) => intimamente relacionados a sua estrutura química. 
Agonista => apresenta afinidade pelo receptor e atividade intrínseca na célula;
Agonista parcial => aquela que possui afinidade e atividade intrínseca reduzida;
Agonista inverso => droga que apresenta afinidade e atividade intrínseca contrária a ação original da mesma;
Antagonista => afinidade, mas não apresenta mesma atividade intrínseca.

Localização e função do receptor => prever com segurança os efeitos colaterais e interações que possam ocorrer

Farmacocinética 

Estuda o caminho percorrido pelo medicamento no organismo, desde a sua administração até a sua eliminação. 
Ações do corpo sobre os fármacos, absorção, distribuição e eliminação. Escolha e administração. 

Biodisponibilidade: quantidade da substância que, quando introduzida ao organismo, ganha circulação e se torna disponível para exercer sua atuação terapêutica. Fração da droga não alterada que atinge seu local de ação após a administração por qualquer via. 

Concentração máxima - substância atinge no plasma, tempo máximo - concentração ser atingida => aspectos do comportamento de drogas dentro do organismo - parâmetros para definir as doses terapêuticas, reações adversas e as intoxicações com medicamentos. 

Bioequivalência: comparação da biodisponibilidade de 2 medicamentos -como se comportam no organismo. Ex.: medicamentos genéricos, biodisponibilidade semelhante a do medicamento de referência. 

Absorção e distribuição das drogas

Absorção - entrada do fármaco na corrente sanguínea, passagem de um fármaco de seu local de administração para o plasma. Considerada em todas as vias de administração, exceto endovenosa. 

A via de administração é um fator importante na ação terapêutica do fármaco => dependem da velocidade e eficiência.

Vias de administração de fármacos

Administração sublingual: 

Resposta rápida => localização anatômica extremamente irrigada e conectada com vasos de bom calibre.
Fármacos instáveis ao pH gástrico

Administração oral

São tomados pela boca e engolidos. 75% do fármaco oralmente administrado é absorvido em 1-3h. 
Parte do fármaco vai ser eliminado antes de entrar pela corrente.

Suco gástrico => esvaziamento gástrico => duodeno => circulação porta => circulação hepática => circulação sistêmica 

Administração renal

Protege os fármacos suscetíveis da inativação gastrointestinal e hepática. Pode irritar a mucosa. 
Necessidade de efeito local ou para a produção de efeitos sistêmicos. 

Pode ser incompleta em paciente com motilidade intestinal aumentada. 
Indicações: coma, inconsciência, náuseas e vômito. 

Administração cutânea

Efeito local sobre a pele;
Absorção considerável - podendo levar aos efeitos sistêmicos.
Muitas são mal absorvidas - baixa solubilidade,
Adequados para fármacos relativamente lipossolúveis. 

Administração por inalação 

Age no trato respiratório
Usada para anestésicos voláteis e gasosos.
Pulmão => via de administração e eliminação 
Trocas rápidas - grande área de superfície e do grande fluxo sanguíneo => obtenção de ajustes rápidos na concentração plasmática.

Administração por injeção

Endovenosa => + rápida e + precisa 
Concentração máxima eficaz 
Não ocorre absorção, apenas distribuição 

Subcutânea ou intramuscular => efeito mais rápido que a administração oral. 
A taxa de aborção depende do local de administração - fluxo sanguíneo. 
Após a absorção, o fármaco se distribui nos líquidos corporais podendo ser armazenado nos tecidos, metabolizado ou excretado diretamente.

Fatores que influenciam na absorção e distribuição das drogas

O pH do local no qual a droga se desintegra e se dissolve - determina a fração da mesma na forma não ionizada que pode difundir através das membranas celulares. 
Drogas ácidas => crescentemente ionizadas com o aumento do pH - locais básicos;
Drogas básicas => crescentemente ionizadas com a diminuição do pH - locais ácidos. 
  • Natureza química da molécula
  • Peso molecular
  • Motilidade gástrica
  • Área da superfície de absorção
  • Fluxo sanguíneo
  • Eliminação pré-sistêmica
  • Ingestão com ou sem alimentos 


















terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Materiais de moldagem


  • Reprodução das estruturas bucais; 
  • Ter fluidez necessária, viscosidade suficiente. 
  • Transforma-se em um material borrachoide
  • Não distorcer ou rasgar quando removido da boca 
  • Manter a estabilidade dimensional para poder ser vazado
Modelo => reprodução fiel das estruturas bucais

Classificação - de acordo com a sua elasticidade 


Anelásticos: quantidade insignificante de deformação elástica quando submetidos às tensões de tração ou dobramento. 
Se fraturam sem exibir deformação plástica 
=> gesso paris, godiva, pasta ZOE. 

Elásticos: reproduzem com precisão de detalhes as estruturas intraorais - áreas retentivas e espaços interproximais
Presa => reação química 
=> alginatos e elastômeros 
Reação física - hidrocoloides reversíveis 

Materiais anelásticos 

Godiva:
  • Pesado; 
  • Cera e resinas termoplasticas 
  • Material plastificado - amolecido pelo calor; 
  • Temperatura ambiente - torna-se rígido
  • Moldagem preliminar em PE; Selamento periférico => reproduzir o fundo de sulco e inserções de músculos e freios, fixação de grampos. 
  • Termoplasticidade => plastificado pelo aquecimento => reduzida durante o esfriamento 
  • Alta rigidez e baixa elasticidade => solidificado 
  • Baixa reprodução de detalhes 
Pasta zincoenólica 
  • Após sua presa (reação química) apresenta alta rigidez
  • Moldagem em arcadas edêntulas + material que afaste os tecidos => godiva;
  • Forramento corretivo da moldagem preliminar 
  • Composto por: óxido de zinco + óleo vegetal ou mineral (plastificadores e auxilia na neutralização do eugenol)
  • Manipulação: placa de vidro ou bloco de papel impermeável 
  • Tempo de presa: 10 min (tipo I - duros) e 15min (tipo II - macios)
  • Desvantagens: sensação de queimação na boca, pegajosidade à pele e aos instrumentos 

Materiais elásticos

Agar ou hidrocoloide reversível:
  • Baixa popularidade; 
  • Técnica complexa
  • Sua mudança física de solido para gel é induzida pela alteração da temperatura.
Alginato ou hidrocoloide irreversível:
  • Fácil manipulação
  • Conforto para o paciente
  • Baixo custo 
  • Tempo de geleificação: início da manipulação do material até o momento da presa - 3 a 4 min
  • Moldagem para obter um modelo de estudo e para a construção de uma moldeira individual
  • Viscoelasticidade => resistência à ruptura ou rasgamento aumentado quando o molde é removido abruptamente
  • Não adere aos tecidos => removê-lo de uma só vez
  • Não reproduz detalhes da mesma forma que outros elastômeros
Elastômeros para moldagem
  • Base de borracha;
  • Reproduzem as estruturas bucais com precisão de detalhes
  • Classificação - viscosidade: material leve (1), material médio ou regular (2), material pesado (3) e massa densa (4). 
Polissufeto ou mercaptana
  • Aumento de temperatura e a presença de umidade - aceleram a velocidade de cura => reduzindo o tempo de trabalho e presa
  • Quando + o molde for mantido na boca, antes de ser removido => maior sua precisão 
  • Alta resistência a ruptura, maior rigidez, 
  • Flexibilidade o material é removida com um mínimo de esforço
  • O molde deve ser vazado rapidamente 
  • Biocompatibilidade: deixa resíduos de material no sulco gengival 
  • Moldeira individual => aplicação de uma camada mínima e uniforme de adesivo, antes da colocação do material 
Poliéter:
  • 2 pastas - pasta base e pasta catalizadora
  • menos sensíveis a temperatura 
  • + rígidos disponíveis
  • Resistência ao rasgamento 
  • A sua rigidez implica um esforço maior aplicado na remoção do molde
  • Menor quantidade de distorção
  • Biocompatibilidade: resíduos no sulco gengival - inflamação 
  • Apresenta uma longa vida útil
  • Importante o uso de adesivo - tensões produzidas durante a remoção não desloquem o material
Silicona de condensação:
  • 2 pastas - base e catalizadora
  • Técnica de reembasamento 
  • Temperatura - influencia significativa na velocidade de polimerização
  • Esfriamento - reduz a velocidade 
  • + elásticos, deformação permanente mínima
  • Não são muito rígidos 
  • Material mais biologicamente inerte 
  • Não é necessária a confecção de moldeira individual 
Silicone de adição
  • Pasta base + catalizadora 
  • + fáceis de manipular 
  • + sensível a temperatura 
  • Hidrofobicidade
  • Melhor elasticidade
  • Mais baixos coeficientes de deformação
  • Resistência ao rasgamento é adequada
  • Altamente viscoelásticos
  • + estáveis 
  • Excelente estabilidade dimensional 
  • Altamente biocompatíveis 
  • Moldeira de estoque
  • O molde não precisa ser vazado imediatamente - 24h a 1 semana 
  • Moldagem simples


















Apoptose

Via de morte celular - induzida por um programa de suicídio regulado => células destinadas a morrer ativam enzimas capazes de degradar o seu próprio DNA.
A membrana plasmática - permanece intacta => alterada para que a célula torne-se um alvo para os macrófagos.
A célula morta é rapidamente removida - antes que o seu conteúdo extravase => não induz reação inflamatória

Causas:

Situações fisiológicas: 
Normal => eliminar as células que não são mais necessárias
Manter no tecidos um número constante das várias populações celulares
Exemplos: destruição de células durante a embriogênese; perda celular em populações proliferativas; mortes de células que já cumpriram seu papel (neutrófilos); eliminação de linfócitos auto-reativos; Morte celular por linfócitos T citotóxicos

Condições patológicas:
Elimina células que estão alteradas sob o aspecto genético ou lesadas que não podem ser reparadas.
Casos de: lesão de DNA; acumulação de proteínas mal dobradas; lesão celular de certas infecções; atrofia patológica no parênquima de órgãos após a obstrução do ducto.

Mecanismos da apoptose

Células apoptóticas => massas ovais ou redondas com citoplasma intensamente eosinófilo; 
Núcleos => vários estágios de condensação e agregação da cromatina = carriorrexe.
Formam brotos citoplasmáticos => fragmentam-se em corpos apoptóticos compostos por vesículas envolvidas por membrana contendo citosol e organelas => rapidamente são expulsos e fagocitados

Ativação de enzimas => caspases - clivam numerosos alvos, culminando na ativação de nucleases que degradam o DNA 
Via mitocondrial: possuem proteinas capazes de induzir a apoptose. 
Quando as células são privadas de fatores de crescimento e hormonas tróficas ou são expostas a agentes que lesão DNA ou acumulam quantidades inaceitáveis de proteínas mal drobadas. 
Ativação da cascata de caspases => fragmentação nuclear.
Responsável pela maioria das situações de apoptose
Via receptor de morte (extrínseca) da apoptose: envolvida na eliminação de linfócitos auto-reativos e na eliminação de células alvo por alguns linfócitos T citotóxicos.

Remoção das células apoptóticas: 
Células apoptoticas secretam fatores solúveis que recrutam fagócitos
Os macrófagos podem produzir proteínas que se ligam às células apoptóticas.

A necrose e a apoptose podem coexistir e estar relacionadas mecanicamente


















Mecanismos da lesão celular

Resposta celular => depende do tipo de lesão, sua duração e da sua gravidade;

Consequências => tipo, status, adaptabilidade e do fenótipo genético das células lesadas;

Lesão => alterações bioquímicas e funcionais num ou mais dos vários componentes celulares essenciais.

Depleção de ATP


  • Redução do suprimento de oxigênio e nutrientes, dano mitocondrial e ações de algumas toxinas. 
  • A depleção de ATP tem amplos efeitos em muitos sistemas celulares críticos: atividade da bomba de sódio => redução da energia = acumulo intracelular de sódio e efluxo de potássio - tumefação celular e dilatação do RE. 
  • Aumento na glicólise anaeróbica => fontes de energia celular, ácido láctico acumula-se, levando a diminuição do pH intracelular e atividade enzimática.
  • Falência na bomba de Cálcio => influxo de Cálcio - efeitos nefastos em vários componentes celulares. 
  • Rompimento estrutural do aparelho de síntese proteica => desprendimento dos ribossomos do RER e redução da síntese proteica. 
  • Dano irreversível nas membranas mitocondriais e lisossomais => células sofrem necrose. 

Danos na mitocôndria 

  • Aumento de Cálcio citosólico - privação de oxigênio, sensível a todos os estímulos nocivos => hipóxia e toxinas;
  • Consequências: formação de um canal de alta condutância na membrana mitocondrial; Perda do potencial de membrana da mitocôndria e alteração do pH => falha na fosforilação oxidativa e depleção progressiva do ATP => necrose da célula. 
  • Possuem proteínas que ativam as vias apoptóticas - aumento da permeabilidade => extravasamento dessas proteínas para o citosol e morte por apoptose. 

Influxo de Cálcio

Aumento da concentração de cálcio citosólico => isquemia e certas toxinas
Ativa um número de enzimas => efeitos celulares prejudiciais
Podem induzir a apoptose
A depleção de Calcio extracelular retarda a morte celular após hipóxia e exposição de certas toxinas

Acumulação de radicais livres derivados do Oxigênio (stress oxidativo)

Radicais livres => iniciam reações autocatalíticas

Especieis reativas de oxigênio - tipo de radical livre derivado do oxigênio => produzidas nas células durante a respiração e geração de energia mitocondrial - são degradadas e removidas pelos sistemas de defesa das células

O stress oxidativo ocorre quando a produção de ERRO aumenta ou quando os sistemas de remoção são ineficientes = excesso desses radicais livres
Lesão celular => danos causados pelos radicais livres => lesão de isquemia-reperfusão, lesão química e por radiação, toxicidade do oxigênio e outros gases, envelhecimento celular, destruição dos micróbios - células fagocíticas e lesão tecidular - células inflamatórias.

Reações relevantes: Peroxidação lipídica das membranas; Ligação cruzada das proteínas - aumento na perda de atividade enzimática; Fragmentação do DNA.

Exemplos de lesão celular e necrose

Lesão isquêmica e hipóxica: 

Isquêmia - diminuição do fluxo sanguíneo para um tecido => causa mais comum de lesão celular 
Hipóxica - contrário - produção de energia pela glicólise anaeróbica continua. 
Isquemia lesa os tecidos com mais rapidez 

Lesão de isquemia-reperfusão 

Restauração do fluxo sanguíneo = restauração das células se forem lesadas de forma reversível 
Restauração para tecidos isquemicos => lesão acentuada e acelerada = tecidos perdem células. 
Nova lesão pode ser ocasionada - reoxigenação = produção acentuada de ERO. 

Mecanismos de defesa anti-oxidantes celulares => comprometidos pela isquemia

Associa-se a inflamação => pode aumentar com a reperfusão - influxo aumentado de leucócitos e proteínas plasmáticas

Lesão química (tóxica)

Substâncias que induzem a lesão celular 
Podem ser convertidas a metabolitos tóxicos reativos - agem sobre as células alvo 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Classificação dos materiais dentários


  • Metálicos: forma pura, constituindo as ligas metálicas, peças protéticas, aparelhos ortodonticos, limas e etc. 
  • Cerâmicos: propriedades semelhantes à estrutura dental => capacidade de reproduzir a estética dental e são resistentes a corrosão, excelente biocompatibilidade. Dureza: compatível com a do esmalte. Baixa condutividade térmica. 
  • Polímeros: compostos de cadeias de monômeros. Metacrilatos => resinas acrílicas, compostas, cimentos odontológicos, materiais de moldagem, selantes e adesivos. 

Propriedades dos materiais odontológicos 

Estrutura da matéria: 
Estrutura atômica 
Forças das ligações interatômicas
Capacidade de regeneração após quebra 

Forças coesivas: Mantém os átomos unidos
  • Ligações iônicas: Atração mútua de cargas - e +; Originam cristais => equilíbrio de carga e tamanho; Fases cristalinas => gesso e os cimentos a base de fosfato.
  • Ligações covalentes: 2 eletróns são compartilhados por átomos adjacentes. Compostos orgânicos => resinas 
  • Ligações metálicas: Alta condutibilidade térmica e elétrica dos metais; Alta capacidade de deformação associada ao deslizamento dos átomos ao longo dos planos cristalinos. 

Ligações intermoleculares: pontes de hidrogênio; forças de Van der Waals. Variação de carga entre agrupamentos moleculares ou atômicos - induzem a forças polares que atraem moléculas. 
  • Pontes de hidrogênio: compostos orgânicos => fenômeno de sorção de resinas sintéticas. 
  • Forças de Van Der Waals: Base da atração de dipolo.

Propriedades físicas e mecânicas

Físicas: caracterizar a matéria e energia e suas interações; Cor, densidade, condutividade térmica e elétrica, ponto de fusão e etc. 

Mecânicas: Propriedade física; Resposta do material às influências mecânicas externas. Capacidade de desenvolver deformação reversível e irreversível, resistem a fraturas. 

Ópticas
Opacidade - obstruir a passagem de luz
Translucidez - permite a passagem de luz irregulares, objetos pouco nítidos - cerâmicas, resinas compostas. 
Transparência - passagem de feixes de luz bem definidos, pouca distorção - vidro, acrílico transparente 

Cor => resposta fisiológica a um estímulo físico
Matiz => cor predominante de um objeto 
Luminosidade => Claridade de uma cor
Saturação => grau de intensidade de uma matiz - cores com ou sem brilho

Propriedades físicas de superfície

Adesão: 2 materiais colocados em contato; moléculas superficiais sofrem atração mútua => adesão; Adesão química - nível atômico e molecular. Adesão mecânica - retenção por embricamento

Energia de superfície: átomos da superfície dos materiais em equilíbrio => aumento da energia por unidade de área de superfície. 
Molhamento: afinidade de um líquido por um sólido; Fluido penetre pelas rugosidades - contato maior da superfície do sólido; Líquido de fácil escoamento sobre toda a superfície - aderindo ao sólido aderente

Ângulo de contato: baixo ângulo - bom molhamento 
Alto ângulo - material hidrófobo

Absorção: capacidade de um volume de sólido captar líquido ao meio. 

Adsorção: concentração de moléculas na superfície de um líquido ou de um sólido. 

Propriedades termofísicas

Condutividade térmica - transmissão de calor em materiais sólidos => por condução
Através do fluxo de energia 
Metais apresentam uma maior condução de calor do que os plásticos e cerâmicas 
Esmalte e dentina => mau condutores térmicos 
Resinas compostas => semelhantes a estrutura dentária 

Coeficiente de expansão térmica: medida da alteração da dimensão de uma estrutura por unidade de sua estrutura inicial 

Propriedades mecânicas

Energia das forças e seus efeitos nos corpos
Respostas dos materiais a influências mecânicas externas => capacidade de desenvolverem deformações reversíveis, irreversíveis e de resistirem a fratura. 

Tensão: Resistência do material a uma força externa aplicada sobre ele
Deformação: Alteração no comprimento quando o material é submetido a uma força 

Curva de tensão - deformação: comportamento de um material submetido a uma carga. 
- Fase elástica: Aumento progressivo da tensão e deformação com padrão de proporcionalidade da curva na relação das grandezas. 
- Fase plástica: Aumento progressivo da tensão com perda do padrão de proporcionalidade  da curva. 

Resistência dos materiais: capacidade de acomodarem as tensões as quais são submetidos
Tensão máxima necessária para causar uma fratura ou a tensão necessária para uma deformação pré-determinada

Resistência máxima: Tensão máxima que o material pode suportar antes de fraturar. Aferidas em testes de compressão e tração

Propriedades mecânicas da fase elástica

Medida da elasticidade de um material => rigidez 
Deformação é totalmente reversível ou recuperada quando removida a força
Módulo de elasticidade de um material => constante 
Não sendo afetado pela quantidade de tensão que possa ser induzida
Quando menor a deformação ao progressivo, aumento da carga 
Mais rígido é o material 

Propriedades mecânicas da fase plástica 

Presentes a partir do limite de elasticidade 
A partir desse ponto o material passa a apresentar deformações permanentes 

Mecânicas de superfície 

Dureza: resistência à edentação ou à penetrações permanente na superfície; Medida da resistência superficial de um material à deformação plástica
Duro ou macio => força por unidade de área
Polimento superficial => menos acometido por rugosidades e menos susceptíveis a trincas e falhas 

Fricção: união de moléculas de 2 superfícies de contato; Força de oposição ao movimento de 2 objetos em contato; Diminui a movimentação

Desgaste: contato entre 2 ou mais materiais; Propriedade desejada; Escovação inadequada => abrasão

Tensão e ensaios de resistência 

Tensão de tração: força que tende a alongar o corpo acompanhada por uma deformação de tração
Tensão de compressão: corpo colocado sob uma carga com tendência de encurtá-lo; Durante o processo mastigatório. Amálgama, cerâmicas, resinas e substratos dentários. 
Tensão de cisalhamento: Porção plana de um material desliza sobre outra porção
Tensão por flexão: pressiona um corpo de prova ancorado inferiormente ou quando se aplica uma força sobre a extremidade de uma barra com a extremidade oposta fixa
Tensão por torção: rotação das extremidades de um corpo com sentidos opostos. Resultam em tensão de cisalhamento e rotação do espécime. 






Anatomia Periodontal

Periodonto de suporte ou sustentação: 


  • Cemento radicular;
  • Ligamento periodontal;
  • Tecido ósseo

Periodonto de proteção:



  • Gengiva livre;
  • Gengiva inserida;
  • Gengiva papilar ou interproximal ou interdental

Cemento radicular:

Inserção do dente no alvéolo, camada mais externa da raiz, avascular, recobre a dentina.

Cementoblastos - responsáveis pela produção de matriz cementária e cementócitos

Funções:
Ancoragem de dente ao álveolo => fibras de Sharpey (porção terminal das fibras colágenas do ligamento periodontal - inseridas em cemento de um lado e osso alveolar do outro => inserção do dente); Reparar fraturas simples => nova deposição; Selar canais pulpares e proteger os túbulos dentinários. Reinserção das fibras periodontais, cementogênese - continua.

Quando exposto ao meio oral ou a bolsas periodontais => absorve toxinas bacterianas, perda e ganho de minerais, irregularidades em sua superfície - devido a sua porosidade.

Classificação:
Acelular afibrilar: Não possui células e fibras. Próximo a cervical
Acelular com fibras extrínsecas: composto for feixes de fibras de sharpey, sem células e encontrado no terço cervical - estendendo-se apicalmente
Celular misto estratificado: fibras extrínsecas e intrínsecas, possui células. 1/3 apical e áreas de furca
Celular de fibras intrínsecas: lacunas de reabsorção
Intermediário: próximo a junção cemento dentina, contem remanescentes da bainha epitelial de Hertwing


Ligamento periodontal:


Tecido conjuntivo denso não mineralizado.
Reveste e suporta os dentes, gengiva, cemento, osso alveolar.
Resiste ao impacto das forças mastigatórias => ancoragem/sustentação - fibras
Nutre o cemento, osso e gengiva => vasos sanguíneos
Terminações nervosas presentes no espaço ligamentar => sensitiva/procioceptiva
Células de defesa => hemeostase
Células Mesenquimais indiferenciadas => regenerativa

Fibras:
Permitem uma mobilidade fisiológica

  • Colágenas - predominam
  • Reticulares - adjacentes a membrana basal e vasos
  • Elásticas - associada aos vasos sanguíneos 
  • Oxitalâmicas - perpendiculares as fibras principais => auxiliam no suporte das fibras do ligamento e vasos sanguíneos.
Localização das forças:

  • Apicais - perpendiculares a superfície dos ápices radiculares até a crista alveolar => resistem as forças verticais e extrusivas aplicadas aos dentes;
  • Oblíqua - direção oblíqua a partir da área acima da região apical da raiz, insere-se para cima no processo alveolar => resistem às forças mastigatórias verticais ou intrusivas;
  • Horizontal - horizontalmente do cemento no terço médio da raiz até o osso alveolar adjacente => resistem à inclinação dos dentes;
  • Crista alveolar - região cervical, logo da junção cemento esmalte, estende-se até a crista alveolar e para o interior do tecido gengival => resistem as forças intrusivas 
  • Inter-radicular - dentes multirradiculares, perpendicularmente à superfície dentária e ao processo alveolar adjacente => resistem às forças verticais e laterais 

Tecido Ósseo/processo alveolar:

Sistema de ancoragem do dente juntamento com o ligamento periodontal e cemento; Camada mais compacta/densa. Processo de remodelação - aposição e reabsorção

Osso compacto - lâmina dura e cortical;
Osso esponjoso - medula óssea

Anatomia: depende da função do dente e do estímulo funcional, se há ou não a presença de dente. 
Mais espesso na região posterior que na anterior 
Perda dentária => reabsorção - rebordo ósseo 

Sistema de Havers: mecanismo de suprimento vascular - ossos mais espessos. 
Canais de Volkman: caminho para os vasos.

Defeitos ósseos fisiológicos:
Deiscência - perda da continuidade da margem óssea, expondo a superfície radicular 
Fenestração - fenestra no tecido ósseo, expondo a superfície radicular e mantém a continuidade da margem

Periodonto de proteção = tecido gengival (parte da mucosa oral mastigatória que recobre os processos alveolares)

Gengiva marginal ou livre:

Tecido justaposto à superfície dental. 
Distância da margem gengival até a ranhura gengival
Internamente - área de sulco gengival 
Apresenta: cor rósea, aspecto liso, sem brilho, não aderido ao dente

Gengiva inserida

Inserida ao periósteo e a superfície dental através das fibras. 
Estende-se da ranhura gengival até a linha muco gengival
Apresenta: textura firme, cor rósea, aspecto de casca de laranja. 
Maior em região de incisivos superiores e inferiores, diminui em direção dos caninos. 

Gengiva interproximal

Relações de contato entre os dentes, pela largura da superfície proximal deste e pelo contato da junção cemento-esmalte. 
Forma piramidal - dentes anteriores, achatadas no sentido vestíbulo lingual - molares. 
Área menos queratinizada e mais susceptível a inflamação 
Possui o fluido gengival - exsuda de dentro do sulco
Ação mecânica, química e celular => lavar o sulco - 1ª linha de defesa gengival 

Espaço biológico - área de união entre a gengiva e a superfície dental. Determina a aderência do tecido gengival ao redor do dente. Distância da crista óssea alveolar à base do sulco gengival. 

Inervação do periodonto

Mecanorecepção - sensações de dor, pressão e tato
Propriocepção - somente no ligamento periodontal, sensibilidade profunda e informação relativa a movimentos e posições