quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Farmacologia - Princípios gerais


A molécula do fármaco interage com um agonista (ativador) ou antagonista (inibidor) com uma molécula específica do sistema biológico, que desempenha um papel regulador.
Podem ser: Sólidos à temperatura ambiente (ex.: ASS, atropina), líquidos (ex.: nicotina, etanol), gasosos (ex.: óxido nitroso)
Determinam a melhor via de administração.

Estimulantes ou depressores aumentam ou diminuem as funções orgânicas;
Irritativas ou atotóxicas: alteram ou destroem células
Antimicrobianos: inibem o crescimento de microrganismos ou matam suas células;
Substitutivas ou supressivas

Conceitos 


Fármaco => substância com propriedades ativas - efeito terapêutico => altera a função biológica por meio de suas ações químicas.

Droga => interage com o organismo produzindo algum efeito

Medicamento => utilizada para fins terapêuticos ou de diagnóstico

O efeito do fármaco é proporcional à dose administrada, definida como a quantidade necessária à produção de uma dada resposta num tempo determinado. Considerada apropriada quando gera adequada concentração no sítio de ação, expressa pelo efeito esperado. Curva-efeito-dose.
  • Efetor: segmento do organismo onde se verificam os efeitos.
  • Eficácia: quantificação do efeito benéfico de um fármaco, quando dado em condições ideais. Decisivo para a seleção de um fármaco como agente terapêutico. 
  • Efetividade: sua segurança e pela existência de esquema de administração operacional, espelha os resultados reais do uso clínico de fármaco.

Reações adversas

Ação farmacológica principal do fármaco: Aumento da dose ou interação entre fármacos. São aumentadas ou previsíveis. Ex.: hemorragias por anticoagulantes. 

Não-relacionadas com a ação farmacológica principal do fármaco: Quando aparecem em consequência de dose excessiva, mas com efeitos não relacionadas ao modo de ação. Ex.: Hepatotoxicidade ocasionada por analgésicos. Ou imprevisíveis, que podem ocorrer mesmo em doses terapêuticas. Ex.: Anemia aplática com o uso de antibacterianos. 

Farmacodinâmica 

  • Inter-relação da concentração de uma droga e a estrutura alvo, bem como o respectivo mecanismo de ação. 
  • Determinam o grupo em que o fármaco é classificado e desempenham o papel principal na escolha de determinado grupo, como a terapia apropriada para um sintoma ou doença em particular. 
  • Ações do fármaco no corpo
  • Efeitos bioquímicos e fisiológicos das drogas e seus mecanismos de ação.

Fármacos estruturalmente inespecíficos: 
Interação com pequenas moléculas ou íons encontrados no organismos. As ações dessas drogas dependem de suas propriedades físico-químicas, tais como solubilidade, o pKa, o poder oxido-redutor e a capacidade de adsorção.
=> aliviam os sintomas. Ex,: Antiácidos, diuréticos, anestésicos, etc.
Alta atividade termodinâmica, só atuam em altas concentrações.
Não entram em contato com os receptores.

Fármacos estruturalmente específicos: 
Interação com sítios bem específicos, alto grau de seletividade.
As drogas apresentam uma relação definida entre sua estrutura e a atividade exercida.
Combatem diretamente a causa.
Promovem efeito através de sua ligação a um receptor.
Químico: estrutura química da droga em relação ao receptor.
Biológica: especificidade por um certo tecido. Exerce sua função em um certo tecido, porém não exerce em outro.

Receptores: 

Macromolécula (ou parte dela) que tem a capacidade de reconhecer sua substância química e produzir um efeito biológico. Altamente especializadas, possuem afinidade de interar-se com substâncias endógenas com função fisiológica ou com substâncias exógenas, que tenham características químicas e estruturais comparáveis às substâncias que ocorrem naturalmente no organismo.


  • Agonistas: ligam-se ao receptor e o ativam de alguma maneira que provoca o efeito direta ou indiretamente. Causam alterações na função celular. 
  • O fármaco é capaz de alterar o número e função do receptor, condicionando funções orgânicas. Não cria efeitos, nodula funções físio intrínsecas. Ligantes interagem => receptor. 
  1. Ligados aos canais iônicos: Inotrópicos, principalmente os neurotransmissores rápidos. Constituídos por macromoléculas contendo várias subunidades, como se distribuem, formam um canal central. 
  2. Acoplados a proteínas G: metabrotópicos. Desencadeiam um processo de transdução e amplificação. Resulta em ativação da cascata de sistemas enzimáticos. 
  3. Como enzimas: proteínas quinase ligadas a membrana, atuam fosforilando proteínas-alvo. Podem fazer um acoplamento direto ou indireto. Ex.: receptor de insulina, receptor de fator de crescimento. 
  4. Citosólicos: Regulam a transcrição de genes. Capazes de se ligar ao DNA e regular a sua transição; 
-Supersensibilização: intensificação da resposta de fármacos que diretamente os estimulam. Aumentam seu número ou sensibilidade.
-Dessensibilização: o receptor pode ser inativado, internalizando ter sua síntese reduzida ou ser destruído. Diminui o efeito do fármaco.

Ligação fármaco-receptor

Ligação covalente: ligação forte e estável podendo ser irreversível,  
Outras ligações não são permanentes, decorre no intervalo e na regularidade das doses: 
Ligações iônicas;
Ligações de H ou pontes de H;
Ligações dipolo-dipolo
Ligações de Van der Walls - ligações eletrostáticas: + comum nas interações entre fármacos e receptores. 

  • Uma molécula de fármaco combina-se reversivelmente com um único receptor.
  • Todos os receptores são idênticos e acessíveis ao fármaco;
  • Pequena fração do fármaco participa da formação de complexos. 
  • Há determinado local da proteína em que ocorre acoplamento do fármaco ao receptor (domínio de ligação), tendo como consequência o desencadeamento de processos que modificarão, quantitativamente, o funcionamento celular (domínio efetor). 
  • A resposta biológica é proporcional ao grau de ocupação. 
Especificidade química: o receptor só aceita fármacos de estrutura muito similar.
Reversibilidade: motivada por ser o acoplamento fruto de forças atrativas, em geral transitórias. 

Consequência da ligação fármaco-receptor

Ligação do fármaco ao elemento orgânico macromolecular - receptor (proteínas, enzimas, ácidos nucleicos)
Afinidade (capacidade de ligação) => algum componente macromolecular específico da célula e sua atividade (gera resposta farmacológica após acoplamento) => intimamente relacionados a sua estrutura química. 
Agonista => apresenta afinidade pelo receptor e atividade intrínseca na célula;
Agonista parcial => aquela que possui afinidade e atividade intrínseca reduzida;
Agonista inverso => droga que apresenta afinidade e atividade intrínseca contrária a ação original da mesma;
Antagonista => afinidade, mas não apresenta mesma atividade intrínseca.

Localização e função do receptor => prever com segurança os efeitos colaterais e interações que possam ocorrer

Farmacocinética 

Estuda o caminho percorrido pelo medicamento no organismo, desde a sua administração até a sua eliminação. 
Ações do corpo sobre os fármacos, absorção, distribuição e eliminação. Escolha e administração. 

Biodisponibilidade: quantidade da substância que, quando introduzida ao organismo, ganha circulação e se torna disponível para exercer sua atuação terapêutica. Fração da droga não alterada que atinge seu local de ação após a administração por qualquer via. 

Concentração máxima - substância atinge no plasma, tempo máximo - concentração ser atingida => aspectos do comportamento de drogas dentro do organismo - parâmetros para definir as doses terapêuticas, reações adversas e as intoxicações com medicamentos. 

Bioequivalência: comparação da biodisponibilidade de 2 medicamentos -como se comportam no organismo. Ex.: medicamentos genéricos, biodisponibilidade semelhante a do medicamento de referência. 

Absorção e distribuição das drogas

Absorção - entrada do fármaco na corrente sanguínea, passagem de um fármaco de seu local de administração para o plasma. Considerada em todas as vias de administração, exceto endovenosa. 

A via de administração é um fator importante na ação terapêutica do fármaco => dependem da velocidade e eficiência.

Vias de administração de fármacos

Administração sublingual: 

Resposta rápida => localização anatômica extremamente irrigada e conectada com vasos de bom calibre.
Fármacos instáveis ao pH gástrico

Administração oral

São tomados pela boca e engolidos. 75% do fármaco oralmente administrado é absorvido em 1-3h. 
Parte do fármaco vai ser eliminado antes de entrar pela corrente.

Suco gástrico => esvaziamento gástrico => duodeno => circulação porta => circulação hepática => circulação sistêmica 

Administração renal

Protege os fármacos suscetíveis da inativação gastrointestinal e hepática. Pode irritar a mucosa. 
Necessidade de efeito local ou para a produção de efeitos sistêmicos. 

Pode ser incompleta em paciente com motilidade intestinal aumentada. 
Indicações: coma, inconsciência, náuseas e vômito. 

Administração cutânea

Efeito local sobre a pele;
Absorção considerável - podendo levar aos efeitos sistêmicos.
Muitas são mal absorvidas - baixa solubilidade,
Adequados para fármacos relativamente lipossolúveis. 

Administração por inalação 

Age no trato respiratório
Usada para anestésicos voláteis e gasosos.
Pulmão => via de administração e eliminação 
Trocas rápidas - grande área de superfície e do grande fluxo sanguíneo => obtenção de ajustes rápidos na concentração plasmática.

Administração por injeção

Endovenosa => + rápida e + precisa 
Concentração máxima eficaz 
Não ocorre absorção, apenas distribuição 

Subcutânea ou intramuscular => efeito mais rápido que a administração oral. 
A taxa de aborção depende do local de administração - fluxo sanguíneo. 
Após a absorção, o fármaco se distribui nos líquidos corporais podendo ser armazenado nos tecidos, metabolizado ou excretado diretamente.

Fatores que influenciam na absorção e distribuição das drogas

O pH do local no qual a droga se desintegra e se dissolve - determina a fração da mesma na forma não ionizada que pode difundir através das membranas celulares. 
Drogas ácidas => crescentemente ionizadas com o aumento do pH - locais básicos;
Drogas básicas => crescentemente ionizadas com a diminuição do pH - locais ácidos. 
  • Natureza química da molécula
  • Peso molecular
  • Motilidade gástrica
  • Área da superfície de absorção
  • Fluxo sanguíneo
  • Eliminação pré-sistêmica
  • Ingestão com ou sem alimentos 


















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