MODELOS FACIAIS
Documentam tridimensalmente as
lesões faciais, congênitas ou adquiridas
Servem para o estudo da lesão,
orientando o tratamento plástico-cirúrgico.
É indispensável para a obtenção
de uma prótese facial, onde será esculpido a prótese em argila, cera e etc.
É a réplica da face em gesso,
sendo uma moldagem indireta da face.
OBJETIVO
Objetiva auxiliar no planejamento e no prognóstico das
correções plástico-cirúrgicas;
É indispensável na confecção de próteses faciais, onde se
processa a moldelagem direta em cera ou modelina do elemento facial perdido.
É a documentação tridimensional da lesão, para documentar o
caso antes e depois da reparação autoplástica. Serve também como um modelo para
fins didáticos e como modelo para museu.
Deve ser feito antes e após a cirurgia:
- pré cirúrgico: orientar a equipe e documentar o caso.
- Pós cirúrgico: verificação do resultado
- confecção de próteses
Podem ser: parciais ou totais.
Modalidades:
Modelo de estudo: serve para orientar a escultura da prótese
facial que permite estudar os dados na ausência do paciente.
Modelo de trabalho: réplica do modelo de estudo, sobre esse
tipo de modelo que esculpiremos a prótese em argila, plastina ou cera. Servirá
para a confecção do molde.
Modelo de documentação: de gesso, documentado
tridimensionalmente as lesões de casos tratados
Modelo didático: consta a morfologia da lesão ou
malformações
Materiais:
Os mais usados são os hidrocolóides reversíveis e
irreversíveis.
Para o modelo de gesso, mais comumente é usado o gesso
pedra, que oferece vantagens sobre o seu custo.
TÉCNICA DE CONFECÇÃO
- O modelo é obtido por meio de moldagem do paciente,
depende muito do material a ser empregado, da extensão a ser moldada e ainda da
existência ou não de lesões anfractuosas (retentivas)
Deve-se experimentar todas e adotar a melhor técnica e
material.
Moldagem: deve preparar o local, que deve ser tranquilo. O
paciente deve está confortável. Durante a moldagem deve manter silencio, o
ambiente deve estar escurecido imediatamente antes do levantamento do molde,
para que o paciente não receba luz intensa sobre os olhos.
Modelo total:
Materiais:
Técnica de Flaquer – gesso paris:
O paciente é posicionado com o tronco e a cabeça 90º em
relação ao solo, pois causa menor deformidade ao modelo final, por compressão
ou distensão dos tecidos moles. Não se delimita o campo. Isola a superfície
facial com vaselina contra a inserção dos pelos e depois ao seu favor. Não faz
nenhum artificio para manutenção da respiração, apenas deve ter cuidado quanto
as camadas de gesso nas proximidades da narina. Deposição da camada de
precisão, que copiará fielmente a área a ser moldada. Depois a deposição da
camada de reforço, que dará corpo no gesso, para que não se frature. Após a
presa da ultima camada, distende-se da pele do paciente nas bordas do molde e
solicita-se ao paciente para que faça movimentos com os músculos a mimica, sem
abrir os olhos ou boca. O molde deve ser levantado primeiro na região frontal.
Alginato:
O paciente fica em decúbito dorsal com o tronco e a cabeça
soerguido em 30º em relação ao plano horizontal. Geralmente não é realizado o
isolamento, quando necessário recomenda-se isolar os pelos com vaselina liquida
para facilitar a remoção do molde. A manutenção da respiração é feita com tubos
nasais confeccionados com papel vegetal. Duas hemissecções são praticadas para
o seu posicionamento intranarinário. Deposição da camada de precisão, deve se
utilizar água fria para retardar a gelificação do material. A retenção do
alginato/gesso é feita com grampos U, que devem ser distribuídos após a camada
de precisão na periferia do molde de alginato, tornando-se cuidado para não
penetrar na face. A deposição da camada de reforço é utilizada o gesso-paris
sobre o molde de alginato, que servirá para dar rigidez ao molde. A remoção do
molde é feita pedindo ao paciente para mover os músculos da mimica e
distribuindo os dedos sob o molde e com movimentos de vibração remove-se.
Cuidados:
Deve orientar o paciente dos
inconvenientes da moldagem, como: temperatura do material, sensação de
escuridão completa. É necessário solicitar que o paciente não abra os olhos e
nem a boca durante a moldagem e nem faça nenhum movimento muscular. Fazer a
moldagem em um local que não tenha fumaça ou outros irritantes. Necessário
escurecer o ambiente antes de retirar o modelo e pedir para que o paciente não
abra logo os olhos e colocar os olhos do paciente sobre uma toalha limpa.
Moldagem parcial: utiliza-se a
mesma técnica, porém possuem algumas particularidades.
Região oculopalpebral: linha
superior acima das sobrancelhas até a linha paralela a anterior que passa na
altura da ponta do nariz. Necessario tamponar o fundo da cavidade com gaze
vaselinada quando este não for tapizado.
Região mentoniana: confecção de
uma mentoneira. Linha horizontal que passa pelo vermelhão do lábio até acima do
osso hióide. Solicitar que o paciente não dugluta durante a moldagem.
Região auricular: para ser feita
uma prótese auricular. Abrange uma superfície de mais ou menos 5cm, tendo como
o centro o conduto auditivo externo. Paciente tem que está em decúbito lateral,
o conduto auditivo externo tem que ser tamponado com gaze. Necessário delimitar
o campo com argila.
Modelo da hemiface: tamponamento
de uma das narinas e do conduto auditivo externo com gaze ou algodão.
Moldagem mista: utiliza 2 ou mais
materiais para a moldagem, indicado para os casos de cavidades retentivas. É
feita com um material elástico e com material rígido.
Obtenção do modelo:
Isolamento do molde: isolar com
sabão líquido, por 30minutos. Vazar o modelo em gesso-pedra. Tamponar as
narinas. Separar o modelo/gesso com o auxilio de um martelo sobre as bordas do
molde. O retoque final é feito com lecron e lixas quando for necessário.
PROTÉSE NASAL
Propõe restaurar artificial ou
aloplasicamente as perdas de substancias do apêndice nasal.
As causas das lesões faciais
passiveis de reparação são: oncocirúrgica, traumática e patológicas.
CONFECÇÃO
Modelo de trabalho: primeiro
passo para a construção da prótese e deve ser total da face.
Moldagem:
Pode ser obtida por 2 métodos: o
direto ou escultura e o indireto.
No direto o modelo do nariz é
esculpido sobre o modelo da face do paciente.
Nas lesões em que permanecem
cotos das asas do nariz, a prótese deve recobrir estas estruturas e não fazer
limites com elas porque durante os movimentos da musculatura mimica os cotos
afastam-se da prótese criando efeitos sumamente desagradáveis.
A relação entre a largura e o
comprimento do nariz é importante na interpretação do tipo de nariz nas raças.
Análise anatômica artística do
nariz de frente e perfil, que são influenciados pela idade.
Altura da base: maior projeção da
ponta do raiz.
Base nasal: corresponde a um
pequeno triangulo da pirâmide nasal;
Confecção propriamente dita:
Na prótese acabada, prolonga os
contornos da narina em forma de cartuchos para cima e para trás, levantando-se
aqueles prolongamentos tubulares em resina acrílica em torno de matrizes de
papel celofane. Em pacientes masculinos, a implantação de pelos nas bordas
internas das narinas.
Retenção: Pode ser retida em
posição com substancias colantes e por meios mecânicos, plástico-cirurgicos,
cirúrgicos-proteticos. Substancias colantes são empregadas na retenção de
próteses flexíveis. Porém são contraindicadas em inviduos que apresentam
sudorese intensa.
Entretanto, a retenção mecânica
mais comumente usada é a armação de óculos. Além de um excelente artifício de
retenção, auxilia na dissimulação das bordas laterais e superior da prótese
nasal, além do efeito óptico de despistar a atenção do observador.
PRÓTESE AURICULAR
Propõe restaurar artificial ou aloplasticamente
as lesões totais ou parciais do pavilhão da orelha.
Etiologia
Congenitas: são os dismorfismos
embrionários que variam desde a ausência total do pavilhão auricular com
imperfuraçao do meato auditivo, até contos rudimentares.
Adquiridas: patológicas –
oncocirúrgicas, traumáticas – acidentais e intencionais.
Confecção
Moldagem: variam de acordo com o
método adotado. Se for escolhido uma moldagem direta, a escultura do modelo no
qual se reproduz a imagem especular da orelha oposta, ambas as moldagens são
feitas no paciente. Uma na região lesada e uma na orelha existente.
Na área lesada é feita com
alginato, circunscrevendo a área lesionada com muro de modelinha, para evitar
que o material escoa. Para o tamponamento do conduto auditivo, tampona-se o
fundo do conduto auditivo externo com algodão ou gaze. Amarra-se ao tampão um
fio metálico, cujas as extremidades emergem do canal para ser envolvidas pela
moldagem externa. A moldagem total deve receber uma camada de reforço a gesso
para evitar distorções após a remoção. Posição do paciente: decúbito lateral,
tamponamento do meato auditivo e delimitação do campo com muro de modelina. O
reforço é feito com gesso paris.
Modelagem: Pode ser indireto e
direto
O método indireto possui uma
maior facilidade de trabalho e economia de tempo, por isso é a escolha
principal. Porem tem como recurso artístico pobre. Se justifica nos casos raros
de prótese auricular bilateral.
O método direto consiste na
modelagem direta ou escultura da peça ceroplastica.
Caracterização
Consiste na multipunctura com
estilete pontiagudo, figurando discreta distribuição de poros. A aplicação de
pelos a concha em correspondência com os da orelha natural pode oferecer
naturalidade a aloplasia em pacientes masculinos. A retenção eficiente é
essencial para a naturalidade da prótese.
Coloração: mistura de pigmentos
minerais ao polímero, atráves da mistura de cores.
Condensação: após a inclusão da
ceroplastia em mufla da prótese dental, por meio da técnica convencional.
Acabamento: removida a prótese,
faz a eliminação do resíduo de gesso da superfície da peça, pela escovação sob
jato de água.
Retenção: pode ser mecânica, por
adesivos, cirúrgica: tuneis e alças de pele e por implante metálico.
Mecanica: uso de óculos, com
modernas armações, aros e hastes espessas. A prótese pode ser fixada a armação
com resina quimicamente ativada, pois possibilita uma retenção bastante
estável.
Adesivos: Exigem recolagens
frequentes; podendo irritar a pele pelas constantes colagens e descolagens.
Pacientes com sudorese abundante da-se deliquescência da substancia colante.
Cirurigca: Alças e túneis
autoplásticos são processos de retenção mais recentes. Os túneis de pele, á
retenção de um arco metálico no qual é parafusada a prótese.
Implante metálico: região
temporal com prolongamentos exteriorizados para a retenção da prótese auricular
tem sido preconizados.
PRÓTESE OCULAR
Existe uma alta incidência de
lesões ao bulbo ocular, tende aumentar devido aos acidentes de trabalho e
automobilísticos. A prótese ocular exige maiores recursos técnicos. Visa
reparar aloplasticamente as perdas ou deformidades do bulbo ocular. Fica
contida na cavidade, preenchendo-a.
Objetivos:
Recuperar a estética facial
Prevenir o colapso e a
deformidade das pálpebras
Proteger a sensível cavidade
contra agressões por corpos estranhos, irritação por poeira, fumaça e etc,
Restaurar a direção da secreção
lacrimal e prevenir o acumulo deste fluido na cavidade remanescente, evitando
lacrimejo incontido.
Manter o tônus muscular,
prevenindo as alterações assimétricas que progressivamente se instalam.
OPORTUNIDADE
- prótese imediata ou cirúrgica:
feita antes da cirurgia, para manter a loja cirúrgica. Não possui íris,
esclera, etc.
- prótese temporária ou pós
cirúrgica: colocada semanas após a cirurgia, assim que a cavidade possa ser
moldada.
- prótese reparadora:
confeccionada assim que o paciente se adaptou a prótese provisória.
- prótese ortocavitária: preparar
cavidades anoftálicas que sofreram retração cicatrical ou que nunca receberam
próteses. Apresentam-se diminuídas para as próteses restauradoras, visa ampliar
a cavidade.
Etiologia
Congenita: Fatores em que o bulbo
está escondido da vista ou atrofiado, crianças com 3 meses de idade já podem
receber próteses.
Adquirida: patológica – tumores;
acidentes – lesões civis: industriais (relacionadas a acidentes de trabalho),
acidentes de trafego (impactos violentos de veículos a motor, diversos
(agressões com objetos perfurantes), lesões de guerra.
Indidencia
O sexo másculino possui uma maior
predominância aos invés das mulheres.
Modalidades cirurgicas
relacionadas as próteses: evisceração (esvaziamento do conteúdo do bulbo),
enucleação (remoção total do bulbo ocular, permanecendo a capsula do bulbo),
exenteração (remoção de todo o conteúdo da cavidade orbital, incluindo a
ressecção das pálpebras superiores e inferiores)
Classificação: olhos industrializados,
olhos individualizados, individualização dos olhos industrializados – complexa
reprodução da íris e a possibilidade de encontra-la semelhante nos olhos de
estoque; implantes oculares.
Disturbios: podem ser: estéticos
– portador da marca da deformidade facial.
Funcionais: deficiências e perdas
totais da visão
Psicológicos: importante devido
aos fatores estéticos.
Exame do pacientes:
Exame físico: inspeção da
cavidade anoftalmica, grau de mobilidade ou excursão do coto muscular. O
tratamento protético pode começar de 15 a 20 dias após a cirurgia.
Documentação:
Prontuário – diâmetro, cor da
íris e ainda ao diâmetro médio da pupila do olho normal
Fotografias: fotografar o
paciente face de frente e de perfil, para registrar a deformidade da região
oculopalpebral.
CONFECÇÃO
Confecção da íris: pode ser
Íris de estoque - retirar de próteses de estoque fabricadas por
casas de optica.
Iris por pintura – litogravusa,
fotografar a íris do olho sadio e recortar no papel fotográfico, pintura
individual em discos de cartão negro com aquarela ou por detrás de calotas de
resina acrílica incolor com tintas automotivas.
Recorte do disco de cartolina –
recorte a tesoura depois do desenho da circunferência. Ou com vazador de papel.
Pintura da íris: finos pinceis de
pelo.
Pupila: pintura de um simples
circulo negro no concêntrico, ou pode ser obtido pela colagem de um disco negro
sobre a pintura
Confecção do botão da íris – peça
acrílica na qual a íris pintada é colocada entre uma calota de resina e um
disco de resina. Entre elas é colocada uma camada de cera rósea e incluem-se o
conjunto em mufla.
Moldagem da cavidade anoftalmica:
Posição do paciente (sentado, tronco e cabeça em relação axial normal e
verticalmente), anestesia tópica (proporciona conforto ao paciente)
Moldagem propriamente dita:
inserir o material hidrocolóide irreversível manipulado nas proporções
adequadas, inseri-lo na cavidade com uma seringa, pedindo para que o paciente
fixe o olhar em um ponto a distância do eixo do olho normal. O molde é retirado
de 2 a 3 minutos, devido a temperatura da cavidade.
Obtenção da ceroplastia:
Inclusão do molde na mufla:
preenche-se uma mufla com gesso pedra plastificado. Verificada a presa do
gesso, abre a mufla e retira-se o molde de alginato. A cera acrílica é fundida
em recipiente apropriado e vertida no conduto de alimentação da contramufla até
o preenchimento total. Aguarda o esfriamento da cera, abre a mufla e retira e
corta com le cron dando acabamento.
Escultura da face anterior: é
feita com acréscimo, alisamento superfície ate obtenção da mesma turgência
palpebral apresentada pelo olho normal.
Posicionamento e centralização da
íris na ceroplastia: posiciona e faz uma escavação no interior do circulo, para
depositar uma pequena camada de cera no fundo e torna-se o botão da íris.
Confecção e caracterização do
corpo escleral;
Condensação da camada final da
resina acrílica incolor
Desmuflagem e acabamento final
Colocação no paciente
Recomendações ao paciente:
recomenda-se que a cavidade seja lavada de 2 a 3 vezes ao dia com agua filtrada
e fervida. Qualquer alteração da mucosa, deve procurar o oftalmologista. Não se
recomenda o uso de fármacos. Caso a próteses esteja seca, umedecer com
vaselina. O paciente deve fazer visitas constantes ao oftalmologista.
Recomenda a remoção da prótese de
2 a 3 vezes ao dia para ser lavada. Recomenda a esterilização da prótese uma
vez por semana com o método de Rezende. Não usar qualquer produto para a
limpeza da prótese e nunca ferve-la.