segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Visão geral da lesão celular e morte celular


Lesão celular reversível: nos estágios iniciais ou nas formas leves, se o estímulo for removido, é reversível.

Morte celular: Se o dano persistir, torna-se irreversível. A célula não se recupera e morre.

Causas:

  • Privação de Oxigênio: isquemia é a causa mais comum de hipóxia. Pode resultar em oxigenação inadequada do sangue ou da redução da capacidade do sangue em transportar oxigênio.
  • Agentes químicos ou infeciosos ou físicos.
  • Reações imunológicas: doenças auto-imunes e reações alérgicas.
  • Defeitos genéticos 
  • Desequilíbrio nutricional
  • Envelhecimento

Morfologia: 
Função celular pode ser perdida antes de ocorrer morte celular.
Lesões persistentes ou excessivas: lesão irreversível e morte celular
2 fenômenos que caracterizam-se de forma constante a irreversibilidade: Incapacidade de reverter a disfunção mitocondrial e os profundos distúrbios na função da membrana.

Lesão reversível: 
Tumefação celular - falência das bombas de íons na membrana => incapacidade de manter a homeostase iônica e de fluído.

Degeneração gordurosa: na lesão hipóxica e em várias formas de lesão metabólica ou tóxica. Manifesta-se com o surgimento de vacúolos lipídicos no citoplasma.
Células envolvidas e dependentes do metabolismo de gordura

Alterações estruturais da lesão celular reversível

  1. Alterações na membrana 
  2. Alterações mitocondriais com tumefação e presença de densidade amorfas ricas em fosfolipídeos
  3. Dilatação do RE com destacamento dos ribossomos e a dissociação dos polissomas
  4. Alterações nucleares, com condensação de cromatina
Necrose: Acompanha a morte celular. Resulta da ação degenerativa de enzimas nas células lesadas letalmente.
Aumento da eosionofilia
Células mortas substituídas por grandes massas espiraladas compostas de fosfolipídeos => figuras de mielina
Células mortas tornam-se calcificadas
Alterações nucleares:

  • Cariólise: basofilia da cromatina pode empalidecer
  • Picnose: retração nuclear e aumento da basofilia. O DNA condensa
  • Cariorrexe: núcleo picnótico sofre fragmentação.
Padrões de necrose tecidual: 

Necrose coagulativa: 

  • As células componentes estão mortas, mas a estrutura básica do tecido é preservada (pelo menos alguns dias); 
  • Os tecidos afectados adquirem uma textura firme; 
  • Desnaturação das proteínas estruturais e enzimáticas, bloqueando assim a proteólise das células mortas (anucleadas e eosinófilas); 
  • Por fim, as células necróticas são removidas por fagocitose; 
  • É característica de enfarto (áreas de necrose isquémica) em todos os órgãos sólidos, excepto o cérebro.

Necrose liquefativa:

  • Observada em infecções bacterianas focais ou fúngicas (estimulam a acumulação de células inflamatórias e as enzimas dos leucócitos a digerirem o tecido); 
  • A liquefacção digere por completo as células mortas, o que resulta num tecido de massa viscosa, líquida; 
  • Se o processo foi iniciado por inflamação aguda, o material é quase sempre amarelo-cremoso – pús; 
  • É comum a morte por hipóxia de células do SNC ocasionar este padrão de necrose.
Necrose gangrenosa:

  • Não é um padrão distintivo de morte celular; 
  • É aplicado comumente à perna, que perdeu o seu suprimento sanguíneo e que sofreu necrose coagulativa;
  • Quando uma infecção bacteriana se sobrepõe, a necrose coagulativa é modificada – gangrena úmida.
Necrose caseosa:

  • Encontrada com mais frequência em focos de infecção tuberculosa; 
  • Aparência friável branco-amarelada; 
  • A estrutura do tecido é completamente obliterada e os contornos celulares não podem ser distinguidos (células fragmentadas, com aparência granular amorfa); 
  • É quase sempre encerrada dentro de uma nítida borda inflamatória (granuloma).
Necrose gordurosa:

  • Áreas focais de destruição gordurosa, tipicamente resultante da libertação de lipases pancreáticas activadas na substância do pâncreas e na cavidade peritoneal – pancreatite aguda;
  • Áreas brancas gredosas macroscopicamente visíveis (saponificação da gordura), provocadas pela combinação dos ácidos gordos libertados com o cálcio. 
Necrose fibrinóide: 

  • Em geral, observada nas reacções imunes que envolvem os vasos sanguíneos; 
  • É proeminente quando complexos antigénio-anticorpo são depositados nas paredes das artérias;
  • Aparência amorfa e róseo-brilhante (combinação dos imunocomplexos com a fibrina); 
  • Ex.: poliartrite nodular.
Respostas subcelulares à lesão:

  • Autofagia: digestão lisossômica dos componentes da célula e contrasta com heterofagia (célula ingere substâncias do meio externo para a destruição intracelular). Células privadas de nutrientes; Organelos são digeridos.
  • Indução (hipertrofica) do REL: células expostas às toxinas => são metabolizadas no REL - exibem hipertrofia do RE => mecanismo compensatório - maximizar a remoção de toxinas.
  • Alterações mitocondriais: Em número, tamanho e forma das mitocôndrias => adaptações e respostas à lesão crônica.
  • Anormalidade cito-esqueléticas: Algumas drogas e toxinas interferem no arranjo e nas funções do citoesqueleto ou resultam na acumulação anormal de filamentos. 

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