quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Morfologia bacteriana



  • Bacteria ou Eubacteria - compreende todas as bactérias que infectam o homem. 
  • Archaea ou Archaebacteria - bactérias metanogenicas, termófilas, acidófilas e halófilas. 
  • Eukaryota - reinos animal, vegetal, fungos e protozoários. 

Procariotos e eucariotos


Procariotos: material genético disperso pelo citoplasma e não separado por uma membrana. Possuem seu material genético (cromossomo circular) não envolvido por uma membrana e não possuem organelas revestidas por membrana. Suas células são bioquimicamente versáteis e diversas, todas as atividades metabólicas são encontradas - glicólise, respiração e fotossíntese. 
Possuem duas formas de estruturas de parede celular: bactéria Gram positiva - 1 fina que cerca a membrana celular e que retém o corante cristal violeta; Bactéria Gram-negativa - parede fina colocada entre duas membranas fosfolipídicas de camada dupla. 




Eucariotos: possuem um núcleo bem individualizado e delimitado pelo envoltório nuclear. Possuem membrana plasmática citoplasma e núcleo, onde se encontra o seu DNA, que é separado do citoplasma da célula por uma membrana nuclear e onde são encontrados os cromossomos. Possuem diversas organelas revestidas por membrana - mitocondrias, lisossomos, retículo endoplasmático e aparelho de Golgi. 


Morfologia bacteriana 

  • Células esféricas - cocos, geralmente arredondadas;
  • Células cilíndricas ou em forma de bastão - bacilos;
  • Células espiraladas ou helicoidais - espirilos;
As bactérias que estão aderidas, podem crescer em arranjos dependendo do plano de divisão celular

Os cocos podem ser: diplococos (2 células ligadas), esteptococos (formando cadeia) ou estafilococos (divisão em 3 planos com agrupamento na forma de cacho de uva). 

Os bacilos, maioria, se apresentam isolados. Os diplobacilos - pares após a divisão. Estreptobacilos - em cadeias. 

As formas espiraladas, possuem 1 ou + curvaturas: vibriões (forma de vírgula), espirilos (forma helicoidal, espiralada e rígida), espiroquetas (forma helicoidal e flexível). 

Estruturas da célula bacteriana 

Glicocálice: polímero viscoco e gelatinoso que circunda as células, composto por polissacarídeo, polipeptídeo ou ambos. Produzido dentro da célula e secretado para a superfície celular. Protegem contro o dessecamento e reservatório de alimentos. 
Capsula - quando estiver organizado e firmemente aderido a parede celular. 
Camada viscosa - se a substancia não estiver organizada e estiver fracamente aderida a parede celular. 

Fímbrias ou Pili: pequenas projeções proteicas não relacionadas com motilidade e não visíveis em microscopia óptica. Ajudam na aderência da bactéria as superfícies (facilitam esse contato - superfície e célula), Servem de ponte entre a célula e o substrato de adesão, anulam a repulsão eletrostática e podem variar em tamanho e rigidez. Adesão a receptores. A interação entre a bacteria e o hospedeiro depende de uma proteína existente no corpo ou na ponta da fímbria, que se liga a receptores específicos no hospedeiro e ativa os genes hospedeiro-célula com a transdução de sinalização, levando ao aumento da adesão ou invasão.    

Flagelos: São órgãos responsaveis pela mobilidade da célula microbiana. Tem capacidade de se mover por conta própria. São projeções para o exterior da célula e estão ancorados na membrana citoplasmática. Precisam de muita energia - possuem um aparelho energético próprio. Formados por um complexo de proteínas.

Morfologia dos fungos

Espécies uni ou multicelulares identificadas por sua aparência e seu habitat. Apresentam paredes celulares compostas principalmente de quitina, são compostas de 80 a 90% de polissacarídeos com proteínas, lipídeos, polifosfatos e íons orgânicos formando uma matriz. 
Possuem uma baixa exigência nutricional, que facilita sua sobrevivência em ambientes diversos e a contaminação de produtos de consumo.

Bolores - fungos filamentosos (alimentos velhos). Filamento => hifa, podem ser septadas (diferentes unidades celulares uninucleadas) ou cenocíticas (tubo nucleado contendo citoplasma). Crescem em conjunto formando ramificações que originarão uma massa - micélio. 
Cogumelos - basidiomicetos filamentosos que formam os corpos de frutificação - parte comestível do cogumelo. Vive como micélio, crescendo em troncos, em folhas ou no solo. 
Leveduras - ou fungos unicelulares, são denominados ascomicetos. Suas células são esféricas, ovais ou cilíndricas, não filamentosas. Apresentam dimensões muito maiores que as bactérias e evidentemente organelas intracelulares, como núcleos. A cândida pode produzir hifas que facilitam a sua penetração nos tecidos mias profundos, tornando-a patogênica. 

Características gerais dos vírus

São pequenos e de estrutura simples => replica-se independentemente do cromossoma de uma célula. Não possui ribossomos para síntese proteica ou locais para produção de energia - não realizam as funções de respiração ou biossintéticas. 
Capacidade infecciosa e relacionadas a um número significativo de doenças envolvendo todos os tipos de organismos celulares. 

Uma vez no interior da célula hospedeira, o vírus redireciona o maquinário genético preexistente dessa célula e suas funções metabólicas para a síntese de componentes estruturais - replicação viral. 
Sua estrutura é formada basicamente por um genoma composto por ácido nucleico, como o DNA ou RNA (nunca os 2). 

Padrão de simetria estrutural do capsídeo: icosaédrico (20 faces triangulares e 12 vértices) e helicoidal (Genoma de RNA ligado as subunidades proteicas do capsídeo).

Vírus envelopados são sensíveis a solventes não polares, como o éter, que destrói seu envoltório e limita sua habilidade de infecção. 
 

Introdução à resposta imune


Sistema imune => conjunto de células e tecidos => defesa do corpo contra organismos externos.
Essencial para a sobrevivência - ao nascimento, as crianças ainda não possuem o sistema imune apto para combater infecções simples.
Para o desenvolvimento da imunidade - contato com o agente agressor.

Vacinas: utilizam partes do patógeno ou o patógeno enfraquecido para que o sistema imune possa elaborar uma resposta protetora contra ele.

Patógeno: qualquer organismo capaz de causar uma doença.
Comensal: quando habita normalmente no corpo sem induzir sintomas de doença.

Para que o patógeno cause uma infecção é necessário que ele atravesse as principais barreiras físicas do organismo: pele e mucosas. 

Pele: superfície composta de epitélio queratinizado que não permite a entrada de microrganismos (a não ser que sofra uma lesão química ou física).
Mucosas: compostas de epitélio, mas que permite a entraa seletiva de nutrientes => mais susceptível à penetração microbiana. Sendo limitada pela secreção contínua de muco pelas próprias células do epitélio mucoso.

Tipos de resposta imune

Resposta inata: 

  • Barreiras físicas (epitélio), barreiras químicas (substâncias antimicrobianas produzidas pelas células epiteliais). 
  • Macrófagos e neutrófilos (realizam o processo da fagocitose), células dendríticas e células natural killers (NK), ou assassinas naturais.
  • Sistema complemento: cascata de reações enzimáticas produzidas por proteínas plasmáticas desencadeadas pela presença do patógeno;
  • Citocinas: proteínas produzidas por diversos tipos celulares => regulam as atividades das células da imunidade inata. 
  • É inespecífica e atua sobre qualquer agente agressor, tentando controlar a infecção. 
Imunidade adquirida:

Contato com o agente agressor => resposta imune específica, produzir anticorpos (imunoglobulinas, IgA, IgE, IgC e IgM).
Representada pelas células T e B, mas envolve outros componentes, como o sistema complemento e as citocinas (presentes também na resposta inata).
Apresentam caráter discriminatório e memória.
Responde ao patógeno quando o organismo for exposto a ele repetidas vezes.

Antígenos: substâncias que entram no organismo e induzem a resposta imune.

Ambas as respostas se complementam => as células da imunidade inata estimulam a produção da resposta adquirida, que utiliza recursos da resposta inata para auxiliar na eliminação do agente agressor no organismo.


Células do sistema imune:

Produzidas pela medula óssea e derivam de um precursor comum - célula-tronco hematopoiética 
Da célula tronco são dividas duas linhagens de células de defesa (mielóides e linfoides) e uma terceira linhagem de céulas que originará as plaquetas e os eritoblastos ou hemácias. 

Mieloides => leucócitos polimorfonucleares, células dendríticas, mastócitos e monócitos/macrófagos. 
Linfóides => os linfócitos ou células B e T e as células NK. 
Hematopoiese => formação de células sanguíneas e ocorre no início da vida no saco vitelínico e no mesênquima para-aórtico, depois no fígado e no baço. 



Imunidade inata => principais células - neutrófilos (leucócitos ou glóbulos brancos) 
Leucócitos - forma esférica quando estão em suspensão no sangue ou ainda quando ativos na defesa do organismo. Diante de um foco de infecção - atravessam o endotélio dos capilares: diapedese 
Classificação: granulócitos ou agranulócitos. 
Granulócitos ou polimorfonucleares (PMN): apresentam grânulos citoplasmáticos e núcleo com vários lóbulos; Basófilos/mastócitos, eosinófilos e os neutrófilos;
Agranulócitos: não apresentam grânulos no citoplasma e tem núcleo simples.  Linfócitos e monócitos. 
Os mais abundantes no sangue: neutrófilos, circulam no sangue e são atraídos para o local de infecção por quimiotaxia. Sua principal função é fagocitose ou internalização de microrganismos ou corpos estranhos. Após cerca de 6h, são eliminados naturalmente por um processo de apoptose. 
Os menos abundantes são os basófilos/mastócitos, não realizam fagocitose, apenas liberam histamina ou heparina por meio da desgranulação em processos alérgicos. 
Os eosinófilos apresentam núcleo com 2 lóbulos e grânulos citoplasmáticos => liberados contra patógenos grandes, como vermes e reações alerginas. 


Células que representam a resposta imune adquirida: linfócitos T e B, apresentam moléculas de superfície capazes de reconhecer diferentes antígenos - quantas vezes penetrarem no organismo.
Os linfócitos T: produzidos no timo
Os linfócitos B: produzidos na medula óssea. 

Tipos de linfócitos T: citotóxicos e os auxiliares. 
Os Linfócitos T citotóxicos (CTLs): apresentam grânulos em seu citoplasma que lizam vírus e outros patógenos intracelulares. 
Os Linfócitos T auxiliares: secretam citocinas que ajudam a ativar outros tipos de células do sistema imune e respondem a antígenos peptídicos apresentados por eles. 
Os linfócitos B: secretam imunoglobulinas (lgs) - fixam na membrana e atuam como receptores específicos de antígenos.
Natural Killer (NK): tamanho maior e com grânulos em seu interior, com capacidade de lisar vírus e células tumorais, sem especificidade, durante a atuação da imunidade inata. 

Células acessórias entram em ação com a função de ativar os linfócitos => resposta imune adaptativa é ativada. 
Células acessórias: fagócitos mononucleares (monócitos e macrófagos) e as células dendríticas (pertencem a imunidade inata). 


Macrófagos = monócitos 
Macrófagos: maiores e apresentam maior atividade metabólica, quando estão em atividade fagocítica, apresentam projeções na membrana - pseudópodes
Os linfócitos T e B também estimulam os macrófagos a destruírem antígenos. 

Células dendríticas: linhagem importante que atua no reconhecimento de antígenos pelas células T. Captam e transportam os antígenos para os linfonodos. Importantes para a ativação de diversos tipos celulares, principalmente os linfócitos T e B. Encontradas na pele (células de Langerhans, que são células dendríticas cutâneas com longas projeções para captar os antígenos locais), nos linfonodos, no baço, nas mucosas (células dendríticas foliculares) e no timo (células interdigitantes).

Tecidos do sistema imune

Medula óssea - principal produtora das células de defesa. 
Os linfócitos, além de circularem pelo sangue, também se concentram nos tecidos linfoides primários (medula óssea e timo), onde amadurecem para células prontas para a defesa. Ou ainda nos tecidos linfoides secundários (tonsilas palatinas, faríngeas e linguais, baço, apêndice e linfonodos) que armazenam os linfócitos maduros para a resposta imune. 

Timo: órgão pequeno localizado próximo ao coração, na caixa torácica. Dividido em múltiplos lóbulos por trabéculas fibrosas. Na cortical são encontrados timócitos (linfócitos T em maturação) e as células epiteliais. Na medular são vistos linfócitos maduros e outras células de defesa de origem da medula óssea (macrófagos e células dendríticas) e epitélio em degeneração - corpúsculo de Hassal. 

Baço: Responsável pela resposta imune aos antígenos que circulam o sangue. Polpa branca: tecido linfoide contendo células B e T distribuídas ao redor de uma arteríola central. Polpa vermelha: cordões celulares contendo macrófagos, eritrócitos, plaquetas, linfócitos e plasmócitos. Também é um reservatório de eritrócitos e plaquetas, que quando envelhecem, são eliminados neste local pelos macrófagos. 

Linfonodos: localizado nas junções de uma rede de vasos linfáticos ao longo do corpo (principalmente no pescoço, axilas, virilha, mediastino e cavidade abdominal). Originam-se do tecido conjuntivo e coletam plasma que extravaza constantemente para fora dos vasos sanguíneos. O líquido do plasma é a linfa - circula por todo o organismo, coleta os patógenos dos sítios de infecção, drena para os linfonodos e finalmente é devolvido ao sangue pela veia subclávia, através do canal torácico. 
Centros germinativos: locais no córtex de maturação de linfócitos, que aumentam de tamanho quando o linfonodo está drenando um sítio de infecção. 

Mucosas: são colonizadas por linfócitos e células acessorias. Os patógenos penetram no tecido linfoide mucoso por meio de células epiteliais especializadas (células M, que formam bolsas contendo linfócitos T e B, células dendríticas e macrófagos).

Tecidos linfoides orais:

Apresentam epitélio/mucosa como barreira física para impedir a entrada dos microorganismos. Quando ocorre uma ruptura, ou por meio do fluido gengival ou pelos canais radiculares, a drenagem dos patógenos ocorre de pequenos capilares linfáticos para os nódulos linfoides extraorais ou agregados linfoides intraorais. 

Nódulos linfoides extraorais: submandibulares, sumentais, cervicais altos e retrofraríngeos. 
Intraoralmente: agregados de tecidos linfoides, não são tecidos organizados. Tonsilas palatinas, faríngeas e linguais - anel de Waldeyer. 

Tonsilas palatinas: localizam-se entre os arcos glossopalatino e faringopalatino - 2 massas celulares formadas pelo epitélio escamoso de revestimento que se invagina no tecido linfoide, formando criptas. Em seu interior, encontram-se nódulos linfáticos com centros germinativos e periferia com linfócitos B maduros. Função => é a produção de IgA secretora, que proteger as mucosas da agressão microbiana. 
Tonsila faríngea: Situa-se na parte superior da faringe, coberta por epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado e nódulos linfáticos subepiteliais sem formar criptas. 
Tonsilas linguais: pequenas, mais numerosas e similares às tonsilas palatinas. 

Tonsilas = linfonodos, por possuírem áreas ricas em linfócitos T ou B. 

São encontrados infiltrados de células linfoides na gengiva - aumentam com a presença de biofilme microbiano e a inflamação gengival. Promove a ativação de outros componentes do sistema imune e induz ainda mais a inflamação local. 

As glândulas salivares maiores e menores apresentam células linfoides em pequenos aglomerados com plasmócitos secretores de IgA, IgG e IgM que são transportados pela saliva. 


quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Sistema estomatognático

Região anatomofuncional que engloba as estruturas da cabeça, da face e do pescoço. Estruturas ósseas, dentárias, musculares, glandulares, nervosas e articulares que estão envolvidas nas funções orofaciais. 

São permeadas por vasos sanguíneos, vasos linfáticos e fibras nervosas, que proporcionam a sua nutrição e seu controle nervoso. 

Cavidade oral: estrutura de proteção do organismo contra a ingestão de substâncias tóxicas. Pois a escolha dos alimentos que serão ingeridos se dá pelo sistema sensorial envolvido na percepção gustativa, olfativa, tátil, térmica e dolorosa. São integradas ao sistema nervoso central - resultando na secreção salivar => contribui para a formação do bolo alimentar, que será deglutido. 

Funções digestivas: 
Cavidade oral => inicio do processo digestivo. 
O alimento induz a secreção de saliva, que será importante no deslocamento, lubrificação e proteção da mucosa oral, assim como a formação do bolo alimentar. Facilita a deglutição e auxilia na percepção do paladar. 
Saliva: Contribui para a degradação química dos alimentos => enzima α-amilase ou ptialina - quebra o amido em maltose solúvel e fragmento de dextrina, e da lipase salivar => inicia o processo de digestão das gorduras. 
Mastigação: degradação mecânica dos alimentos => facilita o inicio da digestão química, pelo aumento da área de superfície de contato das enzimas salivares com o alimento ingerido. 
Controle da sensação de fome e sede => mecanismos reflexos que se iniciam em várias regiões e chegam aos centros de controle no sistema nervoso central. 

Funções sensoriais:
Associam-se as sensações gustativas, tátil, térmica, proprioceptiva e dolorosa.

  • Gustação: reconhecimento de substâncias e alimentos que são introduzidos na cavidade oral. Constituintes químicos dos alimentos e das substâncias => entram em contato com os receptores sensoriais (responsáveis pela transdução de sinais) => geram informações sobre a identidade, a concentração e qualidade (agradável ou desagradável) dos alimentos. 
  • Sensibilidade tátil: habilidade de detectar e discriminar um estímulo mecânico. Identifica a forma, tamanho e textura de tudo que é introduzido na cavidade oral => ativação de mecanorreceptores (distribuídos pela mucosa oral). Bem desenvolvida => densa inervação dessa região e da grande área de representação da região orofacial no cérebro. Fornece a sensação de contato mucoso e fornecem o contato oclusal => ativação dos mecanorreceptores mucosos. 
  • Sensibilidade térmica: identificar a temperatura de tudo que é introduzido na cavidade oral => ativação dos termorreceptores de calor e frio distribuídos na mucosa. Mecanismo defensivo - estímulos térmicos excessivos. 
  • Propriocepção: percepção da localização espacial da cavidade oral e das estruturas craniofaciais a ela associadas. Orientação e força exercida pelos seus músculos - sem a utilização da visão. Através da ativação dos proprioceptores localizados nos músculos, nos tendões e na ATM e dos mecanorreceptores do ligamento periodontal. Contribui para a sensação de contato oclusal - através da ativação dos mecanorreceptores periodontais e dos proprioceptores da ATM.
  • Dor: experiência sensorial e emocional desagradável => dano tecidual real ou potencial ou descrita em termos de tal dano. Comumente associada a lesão tecidual real ou potencial - sempre desagradável.
Cavidade oral - importante papel no reconhecimento do ambiente => grande quantidade de receptores sensoriais.
Ao nascer a boca humana já pode executar praticamente todas as suas funções de proteção e reconhecimento do ambiente.

Funções motoras:
Contração de vários músculos, como os músculos mastigatórios, m. elevadores da mandíbula (temporal, masseter e pterigóideo medial) e os depressores da mandíbula (pterigóideo lateral e supra-hióideos). Os músculos da língua (estiloglosso e hioglosso), os m. faciais (bucinador, orbicular dos lábios e zigomáticos), os m. palatinos e m. cervicais (esternocleidomastóideo).
Desempenha inúmeras funções => sucção, mastigação, deglutição, fonação e respiração.



segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Visão geral da lesão celular e morte celular


Lesão celular reversível: nos estágios iniciais ou nas formas leves, se o estímulo for removido, é reversível.

Morte celular: Se o dano persistir, torna-se irreversível. A célula não se recupera e morre.

Causas:

  • Privação de Oxigênio: isquemia é a causa mais comum de hipóxia. Pode resultar em oxigenação inadequada do sangue ou da redução da capacidade do sangue em transportar oxigênio.
  • Agentes químicos ou infeciosos ou físicos.
  • Reações imunológicas: doenças auto-imunes e reações alérgicas.
  • Defeitos genéticos 
  • Desequilíbrio nutricional
  • Envelhecimento

Morfologia: 
Função celular pode ser perdida antes de ocorrer morte celular.
Lesões persistentes ou excessivas: lesão irreversível e morte celular
2 fenômenos que caracterizam-se de forma constante a irreversibilidade: Incapacidade de reverter a disfunção mitocondrial e os profundos distúrbios na função da membrana.

Lesão reversível: 
Tumefação celular - falência das bombas de íons na membrana => incapacidade de manter a homeostase iônica e de fluído.

Degeneração gordurosa: na lesão hipóxica e em várias formas de lesão metabólica ou tóxica. Manifesta-se com o surgimento de vacúolos lipídicos no citoplasma.
Células envolvidas e dependentes do metabolismo de gordura

Alterações estruturais da lesão celular reversível

  1. Alterações na membrana 
  2. Alterações mitocondriais com tumefação e presença de densidade amorfas ricas em fosfolipídeos
  3. Dilatação do RE com destacamento dos ribossomos e a dissociação dos polissomas
  4. Alterações nucleares, com condensação de cromatina
Necrose: Acompanha a morte celular. Resulta da ação degenerativa de enzimas nas células lesadas letalmente.
Aumento da eosionofilia
Células mortas substituídas por grandes massas espiraladas compostas de fosfolipídeos => figuras de mielina
Células mortas tornam-se calcificadas
Alterações nucleares:

  • Cariólise: basofilia da cromatina pode empalidecer
  • Picnose: retração nuclear e aumento da basofilia. O DNA condensa
  • Cariorrexe: núcleo picnótico sofre fragmentação.
Padrões de necrose tecidual: 

Necrose coagulativa: 

  • As células componentes estão mortas, mas a estrutura básica do tecido é preservada (pelo menos alguns dias); 
  • Os tecidos afectados adquirem uma textura firme; 
  • Desnaturação das proteínas estruturais e enzimáticas, bloqueando assim a proteólise das células mortas (anucleadas e eosinófilas); 
  • Por fim, as células necróticas são removidas por fagocitose; 
  • É característica de enfarto (áreas de necrose isquémica) em todos os órgãos sólidos, excepto o cérebro.

Necrose liquefativa:

  • Observada em infecções bacterianas focais ou fúngicas (estimulam a acumulação de células inflamatórias e as enzimas dos leucócitos a digerirem o tecido); 
  • A liquefacção digere por completo as células mortas, o que resulta num tecido de massa viscosa, líquida; 
  • Se o processo foi iniciado por inflamação aguda, o material é quase sempre amarelo-cremoso – pús; 
  • É comum a morte por hipóxia de células do SNC ocasionar este padrão de necrose.
Necrose gangrenosa:

  • Não é um padrão distintivo de morte celular; 
  • É aplicado comumente à perna, que perdeu o seu suprimento sanguíneo e que sofreu necrose coagulativa;
  • Quando uma infecção bacteriana se sobrepõe, a necrose coagulativa é modificada – gangrena úmida.
Necrose caseosa:

  • Encontrada com mais frequência em focos de infecção tuberculosa; 
  • Aparência friável branco-amarelada; 
  • A estrutura do tecido é completamente obliterada e os contornos celulares não podem ser distinguidos (células fragmentadas, com aparência granular amorfa); 
  • É quase sempre encerrada dentro de uma nítida borda inflamatória (granuloma).
Necrose gordurosa:

  • Áreas focais de destruição gordurosa, tipicamente resultante da libertação de lipases pancreáticas activadas na substância do pâncreas e na cavidade peritoneal – pancreatite aguda;
  • Áreas brancas gredosas macroscopicamente visíveis (saponificação da gordura), provocadas pela combinação dos ácidos gordos libertados com o cálcio. 
Necrose fibrinóide: 

  • Em geral, observada nas reacções imunes que envolvem os vasos sanguíneos; 
  • É proeminente quando complexos antigénio-anticorpo são depositados nas paredes das artérias;
  • Aparência amorfa e róseo-brilhante (combinação dos imunocomplexos com a fibrina); 
  • Ex.: poliartrite nodular.
Respostas subcelulares à lesão:

  • Autofagia: digestão lisossômica dos componentes da célula e contrasta com heterofagia (célula ingere substâncias do meio externo para a destruição intracelular). Células privadas de nutrientes; Organelos são digeridos.
  • Indução (hipertrofica) do REL: células expostas às toxinas => são metabolizadas no REL - exibem hipertrofia do RE => mecanismo compensatório - maximizar a remoção de toxinas.
  • Alterações mitocondriais: Em número, tamanho e forma das mitocôndrias => adaptações e respostas à lesão crônica.
  • Anormalidade cito-esqueléticas: Algumas drogas e toxinas interferem no arranjo e nas funções do citoesqueleto ou resultam na acumulação anormal de filamentos. 

Patologia geral - Visão geral: Respostas celulares ao estresse e aos estímulos nocivos


Homeostase normal: meio intracelular dentro de uma faixa razoavelmente estreita dos parâmetros normais. Se ajustam (estrutura e função) para se adaptarem à ocorrência de alterações e de stress celular.
Stress fisiológico ou estímulo patológico - sofrem adaptação -> novo estado constante


Respostas adaptativas -> Hipertrofia, hiperplasia, atrofia e metaplasia,

Capacidade adaptativa excedida -> Desenvolve-se lesão celular
  • Lesão reversível: as células retornam a um estado basal estável
  • Lesão irreversível: stress grave ou persistente leva a morte das células afetadas
Morte celular: Evento crucial na evolução da doença, processo essencial e normal na embriogênese, no desenvolvimento dos órgãos e na manutenção da homeostase.
Qualquer stress que cause adaptação, não depende apenas da natureza e gravidade do stress, mas varia do metabolismo celular, suprimento sanguíneo e estado nutricional.

Adaptações celulares ao stress: Alterações reversíveis em número, tamanho, fenótipo, atividade metabólica ou das funções celulares, em respostas às alterações em seu ambiente.

  • Fisiológicas: Respostas à estimulação normal, pelos hormônios ou mediadores químicos.
  • Patológicas: Respostas ao stress -> permitem a célula modular a sua estrutura e função escapando, assim, à lesão. 

Hipertrofia: Aumento do tamanho das células = aumento do tamanho do órgão.
Células maiores - aumento da quantidade de proteínas estruturais e de organelas.
Fisiológica ou patológica
Ocorre devido a um aumento da demanda funcional ou estimulação hormonal específica.
- Hipertrofia + Hiperplasia = órgão hipertrófico

Hiperplasia: Células com capacidade de replicação
Fisiológica ou patológica
Fisiológica: hormonal, compensatória,
Patológica: estimulação hormonal
Resposta importante na cicatrização de feridas (fibroblastos e vasos sanguíneos que proliferam, auxiliam no reparo).
Estimulação pelos fatores de crescimento - associada a certas infecções virais
Hiperplasia patológica: solo fértil para a proliferação cancerosa

Atrofia: Diminuição do tamanho celular, devido a perda de substância.
Diminuição da função celular
Causas: Diminuição da carga de trabalho, perda de inervação, diminuição do suprimento sanguíneo, nutrição inadequada, perda de estimulação endócrina e envelhecimento (atrofia senil)
Resulta: diminuição da atividade metabólica, degradação proteica aumentada.
Acompanhada, as vezes, do aumento da autofagia (célula se priva de nutrientes e digere os seus próprios componentes).

Metaplasia: Alteração reversível -> um tipo celular é substituído por outro.
Células sensíveis ao stress são substituídas por células resistentes.
Mecanismos de proteção são perdidos
Se as influências persistirem - predisposição a transformação maligna.


Fisiologia do Sistema Nervoso - Potenciais de membrana e potencial de ação

Membranas das células ≠ de concentração entre o meio intra e extra celular. 

  • Concentração de íons de K é maior no meio intra e menor no meio extra celular. 
  • Tendência de se difundir para o exterior.
  • Passam para o meio externo - Íons negativos (que não são permeáveis) permanecem no interior fazendo com que a carga no interior celular permaneça negativa. 
  • Aumento de carga positiva no exterior e negativa no interior provoca mudanças no processo -> íons de K passam a entrar na célula. -> Atenuar a ≠ de potêncial entre as 2 faces da membrana 
  • Naturalmente há uma predominância natural de íons Na no exterior da membrana.
Meio intracelular negativo: íons começam a passar para o interior da célula. 

Difusão de íons de K contribuem para o aumento em escala do que os íons Na, para a formação do potencial de repouso normal. 

Íons de K são mais permeáveis que os íons de Na. 

Potencial de repouso: potencial normal de uma membrana. A membrana está polarizada quando está em repouso. Aumento da quantidade de cargas negativas em seu interior. 
- Potencial de ação neural: Cargas positivas são lançadas ao interior da membrana - rápida despolarização. Impulso nervoso - percorre toda a fibra nervosa. 

Despolarização -> Repolarização
Despolarização: Membrana subitamente permeável aos íons de Na que provocam uma alteração no potencial normal da porção interna da membrana.
Repolarização: Os canais de Na se fecham rapidamente e os canais de K abrem-se mais que o normal eliminando K para fora, voltando ao estado de negatividade em seu interior. 
Canal de Sódio voltagem-dependente: Comportas de ativação e inativação -> Despolarização: canais de Sódio fechados, impedindo a passagem de potássio para o exterior. Os canais de Na fecham impedindo a passagem de Na para o interior celular - Canais de K se abrem permitindo a passagem de K para o interior. -> Potencial de repouso reestabelecido. 
- Íons de Ca atuam junto ao Na na formação do potencial de ação.


Bomba de Ca: Íons transportados do interior para o exterior - contribui para a formação de negatividade no interior celular -> responsável pelo potencial de repouso, 

Potencial de ação: Ciclo vicioso de Feedback positivo
Ocorre devido a alguma perturbação química, mecânica ou elétrica, que provoca alterações no potencial de repouso -> sentido de positividade -> Canais de Na começam a se abrir = influxo de íons de Na para o interior e aumento da positividade e abertura de novos canais de Na. 
Quando todos os canais de Na estiverem abertos inicia a etapa de repolarização -> fechamento lento dos canais de Na e abertura dos canais de K. 
- Para ocorrer o potencial de ação é necessário atingir um limite mínimo na variação das cargas para que se inicie o ciclo -> Limiar de excitabilidade. - quando atingido inicia o potencial de ação e sua propagação. 
- Princípio do tudo ou nada: Um potencial de ação deverá propagar-se a todas as regiões da membrana ou então esse potencial não acontece. 

Propagação de um potencial de ação: Restabelecimento do gradiente de concentração entre os meios interno e externo -> Bomba de Na K através da energia liberada a partir da adenosina trifosfato. 

Quanto maior a concentração de íons Na no interior da célula, maior o estímulo para o funcionamento da bomba Na K.                                                                                                                                                                                                                      



Fisiologia do Sistema Nervoso - Transporte de íons e de moléculas através da membrana celular


  Meios intra e extracelular > apresentam diferentes concentrações de íons e outros metabolitos.
 Manutenção das diversas funções celulares.

Meio extra celularconstante movimento, transportando moléculas e fluídos a todas as regiões do corpo.                      
Comunicação e troca de materiais – meio intra e extracelular.
Metabolismo e manutenção da vida.

Diferentes concentrações de cada estrutura: Relevância ao êxito funcional e homeostático.


      ;    
Vários mecanismosfacilitam a passagem de substâncias     
                                     envolvem ou não o gasto de energia;        
                                     Cada um apresenta a sua especificidade quanto ao tipo de substância a ser                                              transportada ou barrada.  

Ø 
Membrana citoplasmática: possui uma dupla camada lipídica com proteínas entre essas camadas. 
                                                                                                                   | Atravessam a dupla camada                                                                                                                    em alguns lugares (proteínas                                                                                                                      transmembrana).


     Difusão: Transporte passivo, passagem das moléculas através da camada lipídica ou pela ajuda das proteínas carreadoras transmembranas.
   Energia - própria energia cinética das moléculas/íons.

   Transporte ativo: Através de uma proteína carreadora contra algum tipo de resistência.
   Íons de um meio pouco concentrado para um mais concentrado
   Necessita de energia, obtida pela quebra de uma ligação covalente na molécula de tifosfato de adenosina (ATP).

  •     Difusão simples: Através da bicamada lipídica estando diretamente ligada à solubilidade e a polaridade da molécula ou através dos canais proteicos onde as moléculas e íons passam por esses canais (devido ao seu tamanho reduzido) -> permeabilidade seletiva 
Canais de Sódio: Cargas positivas em sua parte interna (atraindo-os) e repelindo íons de carga negativa.   Canais proteicos: Comportas que são projeções da proteína carreadora - regulam a entrada e saída desses íons.
      Canais de potássio: Comporta está localizada voltada para o meio intra celular.
     Abertura e fechamento -> Regulada pela voltagem ou por agentes químicos.


  •      Difusão facilitada: Mediada por carreador. Depende da fixação da estrutura a ser transportada a um receptor localizados na proteína carreadora.
Transporte -> alterações conformacionais na proteína, levando o íon ou moléculas ao lado oposto da membrana.

    Água: substância que mais se difunde através da membrana celular.
    Ocorre devido a osmose - movimento da água do meio menos concentrado para o mais concentrado
    Pressão osmótica - neutralizar o efeito da osmose em um dado meio.
   Ex.: Bomba de Sódio e Potássio - Leva íons de K para o interior da célula e Na para o exterior.
   1 proteína carreadora - parte que se projeta para o interior da célula - 3 receptores para o Na. Parte que se projeta para o interior - 2 receptores de K
   Porção interna da proteína - Sítios receptores para Na apresenta atividade ATPásica.
   Manutenção do volume celular.
   - A membrana é menos permeável ao Na que ao K -> Dificulta a entrada de Na na célula. Faz com que o meio interno fique negativo.

 
   Bombas de Ca: 2 bombas, O Ca deve ser mantido em baixas concentrações no citosol. Uma Bomba retira o Ca do meio intra para o meio extra e a outra transporta o Ca para as organelas vesiculares no interior da célula.

 




sábado, 10 de dezembro de 2016

Resumo - Prótese Facial

MODELOS FACIAIS
Documentam tridimensalmente as lesões faciais, congênitas ou adquiridas
Servem para o estudo da lesão, orientando o tratamento plástico-cirúrgico.
É indispensável para a obtenção de uma prótese facial, onde será esculpido a prótese em argila, cera e etc.
É a réplica da face em gesso, sendo uma moldagem indireta da face.

OBJETIVO
Objetiva auxiliar no planejamento e no prognóstico das correções plástico-cirúrgicas;
É indispensável na confecção de próteses faciais, onde se processa a moldelagem direta em cera ou modelina do elemento facial perdido.
É a documentação tridimensional da lesão, para documentar o caso antes e depois da reparação autoplástica. Serve também como um modelo para fins didáticos e como modelo para museu.
Deve ser feito antes e após a cirurgia:
- pré cirúrgico: orientar a equipe e documentar o caso.
- Pós cirúrgico: verificação do resultado
- confecção de próteses

Podem ser: parciais ou totais.

Modalidades:
Modelo de estudo: serve para orientar a escultura da prótese facial que permite estudar os dados na ausência do paciente.
Modelo de trabalho: réplica do modelo de estudo, sobre esse tipo de modelo que esculpiremos a prótese em argila, plastina ou cera. Servirá para a confecção do molde.
Modelo de documentação: de gesso, documentado tridimensionalmente as lesões de casos tratados
Modelo didático: consta a morfologia da lesão ou malformações

Materiais:
Os mais usados são os hidrocolóides reversíveis e irreversíveis.
Para o modelo de gesso, mais comumente é usado o gesso pedra, que oferece vantagens sobre o seu custo.

TÉCNICA DE CONFECÇÃO
- O modelo é obtido por meio de moldagem do paciente, depende muito do material a ser empregado, da extensão a ser moldada e ainda da existência ou não de lesões anfractuosas (retentivas)
Deve-se experimentar todas e adotar a melhor técnica e material.
Moldagem: deve preparar o local, que deve ser tranquilo. O paciente deve está confortável. Durante a moldagem deve manter silencio, o ambiente deve estar escurecido imediatamente antes do levantamento do molde, para que o paciente não receba luz intensa sobre os olhos.

Modelo total:
Materiais:
Técnica de Flaquer – gesso paris:
O paciente é posicionado com o tronco e a cabeça 90º em relação ao solo, pois causa menor deformidade ao modelo final, por compressão ou distensão dos tecidos moles. Não se delimita o campo. Isola a superfície facial com vaselina contra a inserção dos pelos e depois ao seu favor. Não faz nenhum artificio para manutenção da respiração, apenas deve ter cuidado quanto as camadas de gesso nas proximidades da narina. Deposição da camada de precisão, que copiará fielmente a área a ser moldada. Depois a deposição da camada de reforço, que dará corpo no gesso, para que não se frature. Após a presa da ultima camada, distende-se da pele do paciente nas bordas do molde e solicita-se ao paciente para que faça movimentos com os músculos a mimica, sem abrir os olhos ou boca. O molde deve ser levantado primeiro na região frontal.

Alginato:
O paciente fica em decúbito dorsal com o tronco e a cabeça soerguido em 30º em relação ao plano horizontal. Geralmente não é realizado o isolamento, quando necessário recomenda-se isolar os pelos com vaselina liquida para facilitar a remoção do molde. A manutenção da respiração é feita com tubos nasais confeccionados com papel vegetal. Duas hemissecções são praticadas para o seu posicionamento intranarinário. Deposição da camada de precisão, deve se utilizar água fria para retardar a gelificação do material. A retenção do alginato/gesso é feita com grampos U, que devem ser distribuídos após a camada de precisão na periferia do molde de alginato, tornando-se cuidado para não penetrar na face. A deposição da camada de reforço é utilizada o gesso-paris sobre o molde de alginato, que servirá para dar rigidez ao molde. A remoção do molde é feita pedindo ao paciente para mover os músculos da mimica e distribuindo os dedos sob o molde e com movimentos de vibração remove-se.

Cuidados:
Deve orientar o paciente dos inconvenientes da moldagem, como: temperatura do material, sensação de escuridão completa. É necessário solicitar que o paciente não abra os olhos e nem a boca durante a moldagem e nem faça nenhum movimento muscular. Fazer a moldagem em um local que não tenha fumaça ou outros irritantes. Necessário escurecer o ambiente antes de retirar o modelo e pedir para que o paciente não abra logo os olhos e colocar os olhos do paciente sobre uma toalha limpa.

Moldagem parcial: utiliza-se a mesma técnica, porém possuem algumas particularidades.
Região oculopalpebral: linha superior acima das sobrancelhas até a linha paralela a anterior que passa na altura da ponta do nariz. Necessario tamponar o fundo da cavidade com gaze vaselinada quando este não for tapizado.
Região mentoniana: confecção de uma mentoneira. Linha horizontal que passa pelo vermelhão do lábio até acima do osso hióide. Solicitar que o paciente não dugluta durante a moldagem.
Região auricular: para ser feita uma prótese auricular. Abrange uma superfície de mais ou menos 5cm, tendo como o centro o conduto auditivo externo. Paciente tem que está em decúbito lateral, o conduto auditivo externo tem que ser tamponado com gaze. Necessário delimitar o campo com argila.
Modelo da hemiface: tamponamento de uma das narinas e do conduto auditivo externo com gaze ou algodão.
Moldagem mista: utiliza 2 ou mais materiais para a moldagem, indicado para os casos de cavidades retentivas. É feita com um material elástico e com material rígido.
Obtenção do modelo:
Isolamento do molde: isolar com sabão líquido, por 30minutos. Vazar o modelo em gesso-pedra. Tamponar as narinas. Separar o modelo/gesso com o auxilio de um martelo sobre as bordas do molde. O retoque final é feito com lecron e lixas quando for necessário.


PROTÉSE NASAL
Propõe restaurar artificial ou aloplasicamente as perdas de substancias do apêndice nasal.
As causas das lesões faciais passiveis de reparação são: oncocirúrgica, traumática e patológicas.

CONFECÇÃO
Modelo de trabalho: primeiro passo para a construção da prótese e deve ser total da face.
Moldagem:
Pode ser obtida por 2 métodos: o direto ou escultura e o indireto.
No direto o modelo do nariz é esculpido sobre o modelo da face do paciente.
Nas lesões em que permanecem cotos das asas do nariz, a prótese deve recobrir estas estruturas e não fazer limites com elas porque durante os movimentos da musculatura mimica os cotos afastam-se da prótese criando efeitos sumamente desagradáveis.
A relação entre a largura e o comprimento do nariz é importante na interpretação do tipo de nariz nas raças.
Análise anatômica artística do nariz de frente e perfil, que são influenciados pela idade.
Altura da base: maior projeção da ponta do raiz.
Base nasal: corresponde a um pequeno triangulo da pirâmide nasal;
Confecção propriamente dita:
Na prótese acabada, prolonga os contornos da narina em forma de cartuchos para cima e para trás, levantando-se aqueles prolongamentos tubulares em resina acrílica em torno de matrizes de papel celofane. Em pacientes masculinos, a implantação de pelos nas bordas internas das narinas.

Retenção: Pode ser retida em posição com substancias colantes e por meios mecânicos, plástico-cirurgicos, cirúrgicos-proteticos. Substancias colantes são empregadas na retenção de próteses flexíveis. Porém são contraindicadas em inviduos que apresentam sudorese intensa.
Entretanto, a retenção mecânica mais comumente usada é a armação de óculos. Além de um excelente artifício de retenção, auxilia na dissimulação das bordas laterais e superior da prótese nasal, além do efeito óptico de despistar a atenção do observador.

PRÓTESE AURICULAR
Propõe restaurar artificial ou aloplasticamente as lesões totais ou parciais do pavilhão da orelha.
Etiologia
Congenitas: são os dismorfismos embrionários que variam desde a ausência total do pavilhão auricular com imperfuraçao do meato auditivo, até contos rudimentares.
Adquiridas: patológicas – oncocirúrgicas, traumáticas – acidentais e intencionais.
Confecção
Moldagem: variam de acordo com o método adotado. Se for escolhido uma moldagem direta, a escultura do modelo no qual se reproduz a imagem especular da orelha oposta, ambas as moldagens são feitas no paciente. Uma na região lesada e uma na orelha existente.
Na área lesada é feita com alginato, circunscrevendo a área lesionada com muro de modelinha, para evitar que o material escoa. Para o tamponamento do conduto auditivo, tampona-se o fundo do conduto auditivo externo com algodão ou gaze. Amarra-se ao tampão um fio metálico, cujas as extremidades emergem do canal para ser envolvidas pela moldagem externa. A moldagem total deve receber uma camada de reforço a gesso para evitar distorções após a remoção. Posição do paciente: decúbito lateral, tamponamento do meato auditivo e delimitação do campo com muro de modelina. O reforço é feito com gesso paris.

Modelagem: Pode ser indireto e direto
O método indireto possui uma maior facilidade de trabalho e economia de tempo, por isso é a escolha principal. Porem tem como recurso artístico pobre. Se justifica nos casos raros de prótese auricular bilateral.
O método direto consiste na modelagem direta ou escultura da peça ceroplastica.
Caracterização
Consiste na multipunctura com estilete pontiagudo, figurando discreta distribuição de poros. A aplicação de pelos a concha em correspondência com os da orelha natural pode oferecer naturalidade a aloplasia em pacientes masculinos. A retenção eficiente é essencial para a naturalidade da prótese.
Coloração: mistura de pigmentos minerais ao polímero, atráves da mistura de cores.
Condensação: após a inclusão da ceroplastia em mufla da prótese dental, por meio da técnica convencional.
Acabamento: removida a prótese, faz a eliminação do resíduo de gesso da superfície da peça, pela escovação sob jato de água.

Retenção: pode ser mecânica, por adesivos, cirúrgica: tuneis e alças de pele e por implante metálico.
Mecanica: uso de óculos, com modernas armações, aros e hastes espessas. A prótese pode ser fixada a armação com resina quimicamente ativada, pois possibilita uma retenção bastante estável.
Adesivos: Exigem recolagens frequentes; podendo irritar a pele pelas constantes colagens e descolagens. Pacientes com sudorese abundante da-se deliquescência da substancia colante.
Cirurigca: Alças e túneis autoplásticos são processos de retenção mais recentes. Os túneis de pele, á retenção de um arco metálico no qual é parafusada a prótese.
Implante metálico: região temporal com prolongamentos exteriorizados para a retenção da prótese auricular tem sido preconizados.

PRÓTESE OCULAR

Existe uma alta incidência de lesões ao bulbo ocular, tende aumentar devido aos acidentes de trabalho e automobilísticos. A prótese ocular exige maiores recursos técnicos. Visa reparar aloplasticamente as perdas ou deformidades do bulbo ocular. Fica contida na cavidade, preenchendo-a.
Objetivos:
Recuperar a estética facial
Prevenir o colapso e a deformidade das pálpebras
Proteger a sensível cavidade contra agressões por corpos estranhos, irritação por poeira, fumaça e etc,
Restaurar a direção da secreção lacrimal e prevenir o acumulo deste fluido na cavidade remanescente, evitando lacrimejo incontido.
Manter o tônus muscular, prevenindo as alterações assimétricas que progressivamente se instalam.

OPORTUNIDADE
- prótese imediata ou cirúrgica: feita antes da cirurgia, para manter a loja cirúrgica. Não possui íris, esclera, etc.
- prótese temporária ou pós cirúrgica: colocada semanas após a cirurgia, assim que a cavidade possa ser moldada.
- prótese reparadora: confeccionada assim que o paciente se adaptou a prótese provisória.
- prótese ortocavitária: preparar cavidades anoftálicas que sofreram retração cicatrical ou que nunca receberam próteses. Apresentam-se diminuídas para as próteses restauradoras, visa ampliar a cavidade.

Etiologia
Congenita: Fatores em que o bulbo está escondido da vista ou atrofiado, crianças com 3 meses de idade já podem receber próteses.
Adquirida: patológica – tumores; acidentes – lesões civis: industriais (relacionadas a acidentes de trabalho), acidentes de trafego (impactos violentos de veículos a motor, diversos (agressões com objetos perfurantes), lesões de guerra.
Indidencia
O sexo másculino possui uma maior predominância aos invés das mulheres.
Modalidades cirurgicas relacionadas as próteses: evisceração (esvaziamento do conteúdo do bulbo), enucleação (remoção total do bulbo ocular, permanecendo a capsula do bulbo), exenteração (remoção de todo o conteúdo da cavidade orbital, incluindo a ressecção das pálpebras superiores e inferiores)

Classificação: olhos industrializados, olhos individualizados, individualização dos olhos industrializados – complexa reprodução da íris e a possibilidade de encontra-la semelhante nos olhos de estoque; implantes oculares.
Disturbios: podem ser: estéticos – portador da marca da deformidade facial.
Funcionais: deficiências e perdas totais da visão
Psicológicos: importante devido aos fatores estéticos.

Exame do pacientes:
Exame físico: inspeção da cavidade anoftalmica, grau de mobilidade ou excursão do coto muscular. O tratamento protético pode começar de 15 a 20 dias após a cirurgia.
Documentação:
Prontuário – diâmetro, cor da íris e ainda ao diâmetro médio da pupila do olho normal
Fotografias: fotografar o paciente face de frente e de perfil, para registrar a deformidade da região oculopalpebral.

CONFECÇÃO
Confecção da íris: pode ser
Íris de estoque -  retirar de próteses de estoque fabricadas por casas de optica.
Iris por pintura – litogravusa, fotografar a íris do olho sadio e recortar no papel fotográfico, pintura individual em discos de cartão negro com aquarela ou por detrás de calotas de resina acrílica incolor com tintas automotivas.
Recorte do disco de cartolina – recorte a tesoura depois do desenho da circunferência. Ou com vazador de papel.
Pintura da íris: finos pinceis de pelo.
Pupila: pintura de um simples circulo negro no concêntrico, ou pode ser obtido pela colagem de um disco negro sobre a pintura
Confecção do botão da íris – peça acrílica na qual a íris pintada é colocada entre uma calota de resina e um disco de resina. Entre elas é colocada uma camada de cera rósea e incluem-se o conjunto em mufla.
Moldagem da cavidade anoftalmica: Posição do paciente (sentado, tronco e cabeça em relação axial normal e verticalmente), anestesia tópica (proporciona conforto ao paciente)
Moldagem propriamente dita: inserir o material hidrocolóide irreversível manipulado nas proporções adequadas, inseri-lo na cavidade com uma seringa, pedindo para que o paciente fixe o olhar em um ponto a distância do eixo do olho normal. O molde é retirado de 2 a 3 minutos, devido a temperatura da cavidade.
Obtenção da ceroplastia:
Inclusão do molde na mufla: preenche-se uma mufla com gesso pedra plastificado. Verificada a presa do gesso, abre a mufla e retira-se o molde de alginato. A cera acrílica é fundida em recipiente apropriado e vertida no conduto de alimentação da contramufla até o preenchimento total. Aguarda o esfriamento da cera, abre a mufla e retira e corta com le cron dando acabamento.
Escultura da face anterior: é feita com acréscimo, alisamento superfície ate obtenção da mesma turgência palpebral apresentada pelo olho normal.
Posicionamento e centralização da íris na ceroplastia: posiciona e faz uma escavação no interior do circulo, para depositar uma pequena camada de cera no fundo e torna-se o botão da íris.
Confecção e caracterização do corpo escleral;
Condensação da camada final da resina acrílica incolor
Desmuflagem e acabamento final
Colocação no paciente

Recomendações ao paciente: recomenda-se que a cavidade seja lavada de 2 a 3 vezes ao dia com agua filtrada e fervida. Qualquer alteração da mucosa, deve procurar o oftalmologista. Não se recomenda o uso de fármacos. Caso a próteses esteja seca, umedecer com vaselina. O paciente deve fazer visitas constantes ao oftalmologista.
Recomenda a remoção da prótese de 2 a 3 vezes ao dia para ser lavada. Recomenda a esterilização da prótese uma vez por semana com o método de Rezende. Não usar qualquer produto para a limpeza da prótese e nunca ferve-la.