sábado, 10 de dezembro de 2016

Resumo - Prótese Facial

MODELOS FACIAIS
Documentam tridimensalmente as lesões faciais, congênitas ou adquiridas
Servem para o estudo da lesão, orientando o tratamento plástico-cirúrgico.
É indispensável para a obtenção de uma prótese facial, onde será esculpido a prótese em argila, cera e etc.
É a réplica da face em gesso, sendo uma moldagem indireta da face.

OBJETIVO
Objetiva auxiliar no planejamento e no prognóstico das correções plástico-cirúrgicas;
É indispensável na confecção de próteses faciais, onde se processa a moldelagem direta em cera ou modelina do elemento facial perdido.
É a documentação tridimensional da lesão, para documentar o caso antes e depois da reparação autoplástica. Serve também como um modelo para fins didáticos e como modelo para museu.
Deve ser feito antes e após a cirurgia:
- pré cirúrgico: orientar a equipe e documentar o caso.
- Pós cirúrgico: verificação do resultado
- confecção de próteses

Podem ser: parciais ou totais.

Modalidades:
Modelo de estudo: serve para orientar a escultura da prótese facial que permite estudar os dados na ausência do paciente.
Modelo de trabalho: réplica do modelo de estudo, sobre esse tipo de modelo que esculpiremos a prótese em argila, plastina ou cera. Servirá para a confecção do molde.
Modelo de documentação: de gesso, documentado tridimensionalmente as lesões de casos tratados
Modelo didático: consta a morfologia da lesão ou malformações

Materiais:
Os mais usados são os hidrocolóides reversíveis e irreversíveis.
Para o modelo de gesso, mais comumente é usado o gesso pedra, que oferece vantagens sobre o seu custo.

TÉCNICA DE CONFECÇÃO
- O modelo é obtido por meio de moldagem do paciente, depende muito do material a ser empregado, da extensão a ser moldada e ainda da existência ou não de lesões anfractuosas (retentivas)
Deve-se experimentar todas e adotar a melhor técnica e material.
Moldagem: deve preparar o local, que deve ser tranquilo. O paciente deve está confortável. Durante a moldagem deve manter silencio, o ambiente deve estar escurecido imediatamente antes do levantamento do molde, para que o paciente não receba luz intensa sobre os olhos.

Modelo total:
Materiais:
Técnica de Flaquer – gesso paris:
O paciente é posicionado com o tronco e a cabeça 90º em relação ao solo, pois causa menor deformidade ao modelo final, por compressão ou distensão dos tecidos moles. Não se delimita o campo. Isola a superfície facial com vaselina contra a inserção dos pelos e depois ao seu favor. Não faz nenhum artificio para manutenção da respiração, apenas deve ter cuidado quanto as camadas de gesso nas proximidades da narina. Deposição da camada de precisão, que copiará fielmente a área a ser moldada. Depois a deposição da camada de reforço, que dará corpo no gesso, para que não se frature. Após a presa da ultima camada, distende-se da pele do paciente nas bordas do molde e solicita-se ao paciente para que faça movimentos com os músculos a mimica, sem abrir os olhos ou boca. O molde deve ser levantado primeiro na região frontal.

Alginato:
O paciente fica em decúbito dorsal com o tronco e a cabeça soerguido em 30º em relação ao plano horizontal. Geralmente não é realizado o isolamento, quando necessário recomenda-se isolar os pelos com vaselina liquida para facilitar a remoção do molde. A manutenção da respiração é feita com tubos nasais confeccionados com papel vegetal. Duas hemissecções são praticadas para o seu posicionamento intranarinário. Deposição da camada de precisão, deve se utilizar água fria para retardar a gelificação do material. A retenção do alginato/gesso é feita com grampos U, que devem ser distribuídos após a camada de precisão na periferia do molde de alginato, tornando-se cuidado para não penetrar na face. A deposição da camada de reforço é utilizada o gesso-paris sobre o molde de alginato, que servirá para dar rigidez ao molde. A remoção do molde é feita pedindo ao paciente para mover os músculos da mimica e distribuindo os dedos sob o molde e com movimentos de vibração remove-se.

Cuidados:
Deve orientar o paciente dos inconvenientes da moldagem, como: temperatura do material, sensação de escuridão completa. É necessário solicitar que o paciente não abra os olhos e nem a boca durante a moldagem e nem faça nenhum movimento muscular. Fazer a moldagem em um local que não tenha fumaça ou outros irritantes. Necessário escurecer o ambiente antes de retirar o modelo e pedir para que o paciente não abra logo os olhos e colocar os olhos do paciente sobre uma toalha limpa.

Moldagem parcial: utiliza-se a mesma técnica, porém possuem algumas particularidades.
Região oculopalpebral: linha superior acima das sobrancelhas até a linha paralela a anterior que passa na altura da ponta do nariz. Necessario tamponar o fundo da cavidade com gaze vaselinada quando este não for tapizado.
Região mentoniana: confecção de uma mentoneira. Linha horizontal que passa pelo vermelhão do lábio até acima do osso hióide. Solicitar que o paciente não dugluta durante a moldagem.
Região auricular: para ser feita uma prótese auricular. Abrange uma superfície de mais ou menos 5cm, tendo como o centro o conduto auditivo externo. Paciente tem que está em decúbito lateral, o conduto auditivo externo tem que ser tamponado com gaze. Necessário delimitar o campo com argila.
Modelo da hemiface: tamponamento de uma das narinas e do conduto auditivo externo com gaze ou algodão.
Moldagem mista: utiliza 2 ou mais materiais para a moldagem, indicado para os casos de cavidades retentivas. É feita com um material elástico e com material rígido.
Obtenção do modelo:
Isolamento do molde: isolar com sabão líquido, por 30minutos. Vazar o modelo em gesso-pedra. Tamponar as narinas. Separar o modelo/gesso com o auxilio de um martelo sobre as bordas do molde. O retoque final é feito com lecron e lixas quando for necessário.


PROTÉSE NASAL
Propõe restaurar artificial ou aloplasicamente as perdas de substancias do apêndice nasal.
As causas das lesões faciais passiveis de reparação são: oncocirúrgica, traumática e patológicas.

CONFECÇÃO
Modelo de trabalho: primeiro passo para a construção da prótese e deve ser total da face.
Moldagem:
Pode ser obtida por 2 métodos: o direto ou escultura e o indireto.
No direto o modelo do nariz é esculpido sobre o modelo da face do paciente.
Nas lesões em que permanecem cotos das asas do nariz, a prótese deve recobrir estas estruturas e não fazer limites com elas porque durante os movimentos da musculatura mimica os cotos afastam-se da prótese criando efeitos sumamente desagradáveis.
A relação entre a largura e o comprimento do nariz é importante na interpretação do tipo de nariz nas raças.
Análise anatômica artística do nariz de frente e perfil, que são influenciados pela idade.
Altura da base: maior projeção da ponta do raiz.
Base nasal: corresponde a um pequeno triangulo da pirâmide nasal;
Confecção propriamente dita:
Na prótese acabada, prolonga os contornos da narina em forma de cartuchos para cima e para trás, levantando-se aqueles prolongamentos tubulares em resina acrílica em torno de matrizes de papel celofane. Em pacientes masculinos, a implantação de pelos nas bordas internas das narinas.

Retenção: Pode ser retida em posição com substancias colantes e por meios mecânicos, plástico-cirurgicos, cirúrgicos-proteticos. Substancias colantes são empregadas na retenção de próteses flexíveis. Porém são contraindicadas em inviduos que apresentam sudorese intensa.
Entretanto, a retenção mecânica mais comumente usada é a armação de óculos. Além de um excelente artifício de retenção, auxilia na dissimulação das bordas laterais e superior da prótese nasal, além do efeito óptico de despistar a atenção do observador.

PRÓTESE AURICULAR
Propõe restaurar artificial ou aloplasticamente as lesões totais ou parciais do pavilhão da orelha.
Etiologia
Congenitas: são os dismorfismos embrionários que variam desde a ausência total do pavilhão auricular com imperfuraçao do meato auditivo, até contos rudimentares.
Adquiridas: patológicas – oncocirúrgicas, traumáticas – acidentais e intencionais.
Confecção
Moldagem: variam de acordo com o método adotado. Se for escolhido uma moldagem direta, a escultura do modelo no qual se reproduz a imagem especular da orelha oposta, ambas as moldagens são feitas no paciente. Uma na região lesada e uma na orelha existente.
Na área lesada é feita com alginato, circunscrevendo a área lesionada com muro de modelinha, para evitar que o material escoa. Para o tamponamento do conduto auditivo, tampona-se o fundo do conduto auditivo externo com algodão ou gaze. Amarra-se ao tampão um fio metálico, cujas as extremidades emergem do canal para ser envolvidas pela moldagem externa. A moldagem total deve receber uma camada de reforço a gesso para evitar distorções após a remoção. Posição do paciente: decúbito lateral, tamponamento do meato auditivo e delimitação do campo com muro de modelina. O reforço é feito com gesso paris.

Modelagem: Pode ser indireto e direto
O método indireto possui uma maior facilidade de trabalho e economia de tempo, por isso é a escolha principal. Porem tem como recurso artístico pobre. Se justifica nos casos raros de prótese auricular bilateral.
O método direto consiste na modelagem direta ou escultura da peça ceroplastica.
Caracterização
Consiste na multipunctura com estilete pontiagudo, figurando discreta distribuição de poros. A aplicação de pelos a concha em correspondência com os da orelha natural pode oferecer naturalidade a aloplasia em pacientes masculinos. A retenção eficiente é essencial para a naturalidade da prótese.
Coloração: mistura de pigmentos minerais ao polímero, atráves da mistura de cores.
Condensação: após a inclusão da ceroplastia em mufla da prótese dental, por meio da técnica convencional.
Acabamento: removida a prótese, faz a eliminação do resíduo de gesso da superfície da peça, pela escovação sob jato de água.

Retenção: pode ser mecânica, por adesivos, cirúrgica: tuneis e alças de pele e por implante metálico.
Mecanica: uso de óculos, com modernas armações, aros e hastes espessas. A prótese pode ser fixada a armação com resina quimicamente ativada, pois possibilita uma retenção bastante estável.
Adesivos: Exigem recolagens frequentes; podendo irritar a pele pelas constantes colagens e descolagens. Pacientes com sudorese abundante da-se deliquescência da substancia colante.
Cirurigca: Alças e túneis autoplásticos são processos de retenção mais recentes. Os túneis de pele, á retenção de um arco metálico no qual é parafusada a prótese.
Implante metálico: região temporal com prolongamentos exteriorizados para a retenção da prótese auricular tem sido preconizados.

PRÓTESE OCULAR

Existe uma alta incidência de lesões ao bulbo ocular, tende aumentar devido aos acidentes de trabalho e automobilísticos. A prótese ocular exige maiores recursos técnicos. Visa reparar aloplasticamente as perdas ou deformidades do bulbo ocular. Fica contida na cavidade, preenchendo-a.
Objetivos:
Recuperar a estética facial
Prevenir o colapso e a deformidade das pálpebras
Proteger a sensível cavidade contra agressões por corpos estranhos, irritação por poeira, fumaça e etc,
Restaurar a direção da secreção lacrimal e prevenir o acumulo deste fluido na cavidade remanescente, evitando lacrimejo incontido.
Manter o tônus muscular, prevenindo as alterações assimétricas que progressivamente se instalam.

OPORTUNIDADE
- prótese imediata ou cirúrgica: feita antes da cirurgia, para manter a loja cirúrgica. Não possui íris, esclera, etc.
- prótese temporária ou pós cirúrgica: colocada semanas após a cirurgia, assim que a cavidade possa ser moldada.
- prótese reparadora: confeccionada assim que o paciente se adaptou a prótese provisória.
- prótese ortocavitária: preparar cavidades anoftálicas que sofreram retração cicatrical ou que nunca receberam próteses. Apresentam-se diminuídas para as próteses restauradoras, visa ampliar a cavidade.

Etiologia
Congenita: Fatores em que o bulbo está escondido da vista ou atrofiado, crianças com 3 meses de idade já podem receber próteses.
Adquirida: patológica – tumores; acidentes – lesões civis: industriais (relacionadas a acidentes de trabalho), acidentes de trafego (impactos violentos de veículos a motor, diversos (agressões com objetos perfurantes), lesões de guerra.
Indidencia
O sexo másculino possui uma maior predominância aos invés das mulheres.
Modalidades cirurgicas relacionadas as próteses: evisceração (esvaziamento do conteúdo do bulbo), enucleação (remoção total do bulbo ocular, permanecendo a capsula do bulbo), exenteração (remoção de todo o conteúdo da cavidade orbital, incluindo a ressecção das pálpebras superiores e inferiores)

Classificação: olhos industrializados, olhos individualizados, individualização dos olhos industrializados – complexa reprodução da íris e a possibilidade de encontra-la semelhante nos olhos de estoque; implantes oculares.
Disturbios: podem ser: estéticos – portador da marca da deformidade facial.
Funcionais: deficiências e perdas totais da visão
Psicológicos: importante devido aos fatores estéticos.

Exame do pacientes:
Exame físico: inspeção da cavidade anoftalmica, grau de mobilidade ou excursão do coto muscular. O tratamento protético pode começar de 15 a 20 dias após a cirurgia.
Documentação:
Prontuário – diâmetro, cor da íris e ainda ao diâmetro médio da pupila do olho normal
Fotografias: fotografar o paciente face de frente e de perfil, para registrar a deformidade da região oculopalpebral.

CONFECÇÃO
Confecção da íris: pode ser
Íris de estoque -  retirar de próteses de estoque fabricadas por casas de optica.
Iris por pintura – litogravusa, fotografar a íris do olho sadio e recortar no papel fotográfico, pintura individual em discos de cartão negro com aquarela ou por detrás de calotas de resina acrílica incolor com tintas automotivas.
Recorte do disco de cartolina – recorte a tesoura depois do desenho da circunferência. Ou com vazador de papel.
Pintura da íris: finos pinceis de pelo.
Pupila: pintura de um simples circulo negro no concêntrico, ou pode ser obtido pela colagem de um disco negro sobre a pintura
Confecção do botão da íris – peça acrílica na qual a íris pintada é colocada entre uma calota de resina e um disco de resina. Entre elas é colocada uma camada de cera rósea e incluem-se o conjunto em mufla.
Moldagem da cavidade anoftalmica: Posição do paciente (sentado, tronco e cabeça em relação axial normal e verticalmente), anestesia tópica (proporciona conforto ao paciente)
Moldagem propriamente dita: inserir o material hidrocolóide irreversível manipulado nas proporções adequadas, inseri-lo na cavidade com uma seringa, pedindo para que o paciente fixe o olhar em um ponto a distância do eixo do olho normal. O molde é retirado de 2 a 3 minutos, devido a temperatura da cavidade.
Obtenção da ceroplastia:
Inclusão do molde na mufla: preenche-se uma mufla com gesso pedra plastificado. Verificada a presa do gesso, abre a mufla e retira-se o molde de alginato. A cera acrílica é fundida em recipiente apropriado e vertida no conduto de alimentação da contramufla até o preenchimento total. Aguarda o esfriamento da cera, abre a mufla e retira e corta com le cron dando acabamento.
Escultura da face anterior: é feita com acréscimo, alisamento superfície ate obtenção da mesma turgência palpebral apresentada pelo olho normal.
Posicionamento e centralização da íris na ceroplastia: posiciona e faz uma escavação no interior do circulo, para depositar uma pequena camada de cera no fundo e torna-se o botão da íris.
Confecção e caracterização do corpo escleral;
Condensação da camada final da resina acrílica incolor
Desmuflagem e acabamento final
Colocação no paciente

Recomendações ao paciente: recomenda-se que a cavidade seja lavada de 2 a 3 vezes ao dia com agua filtrada e fervida. Qualquer alteração da mucosa, deve procurar o oftalmologista. Não se recomenda o uso de fármacos. Caso a próteses esteja seca, umedecer com vaselina. O paciente deve fazer visitas constantes ao oftalmologista.
Recomenda a remoção da prótese de 2 a 3 vezes ao dia para ser lavada. Recomenda a esterilização da prótese uma vez por semana com o método de Rezende. Não usar qualquer produto para a limpeza da prótese e nunca ferve-la.



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